JBS lidera lista de favorecidos com apoio do BNDES

DANIELLE NOGUEIRA

15/07/2017

 

 

De 2005 a 2016, empresa ficou com 38% dos R$ 31,2 bilhões liberados pelo banco para o setor de carnes

Empresa recebeu 38% dos R$ 31,2 bi desembolsados pelo banco para o setor de carnes de 2005 a 2016 Alvo de investigações da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União, o BNDES apresentou ontem seu “Livro verde: nossa história como ela é”, que reúne dados e explicações sobre a atuação do banco, com foco no período de 2001 a 2016. A versão preliminar do livro mostra que a JBS, de Wesley e Joesley Batista, abocanhou a maior fatia do apoio financeiro do banco ao setor de carnes. Dos R$ 31,2 bilhões desembolsados para frigoríficos de 2005 a 2016, a empresa ficou com 38%, considerando também o Bertin, que se fundiu à JBS. O grupo BRF ficou com 16%, seguido pela Marfrig/Seara (14%). A Seara foi comprada pela JBS do Marfrig em 2013. Os R$ 31,2 bilhões consideram duas modalidades de apoio: R$ 18,8 bilhões via financiamentos e R$ 12,4 bilhões de operações de mercados de capitais, por meio da BNDESPar, braço de participações do banco. Somados, JBS e Bertin receberam R$ 8,1 bilhões da BNDESPar ou 65% do apoio da subsidiária do banco ao setor de carnes no período. Como resultado, as receitas da JBS saltaram de R$ 4 bilhões em 2005, início do seu processo de internacionalização, para R$ 170 bilhões em 2016. Hoje, a JBS busca se desfazer de ativos para reduzir seu endividamento. Ontem, a JBS Canadá, subsidiária indireta da companhia, anunciou a venda de uma fazenda de confinamento naquele país por US$ 40 milhões ao MCF Honldings.

O globo, n. 30658, 15/07/2017. ECONOMIA, p. 21