Prefeito eleito de Osasco se entrega à PF

26/12/2016

 

 

Rogério Lins teve prisão decretada no dia 6, mas estava de férias na Disney

 

Acusado pelo Ministério Público estadual de São Paulo (MP)por contratar funcionários fantasmas em seu mandato como vereador, o prefeito eleito de Osasco, Rogério Lins (PTN), se entregou à Polícia Federal, ontem, após desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos ao retornar de uma viagem aos Estados Unidos. Lins teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia 6 de dezembro. No entanto, não foi encontrado porque estava passando férias na Disney.

Ele foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de Atendimento ao Turista (Deatur), em Guarulhos, onde a ocorrência foi registrada.

Segundo o MP, Lins e outros dez vereadores teriam contratado funcionários que não apareciam para trabalhar, mas recebiam salários. Parte da remuneração, de acordo com a investigação, era devolvida aos políticos.

O esquema desviou R$ 21 milhões de 2009 a 2016. Ao todo, 217 pessoas (vereadores, assessores e funcionários fantasmas) foram denunciados. Mais de 200 funcionários foram afastados.

A Câmara Municipal de Osasco tem 21 vereadores. Dez foram presos. Como não se trata de crime eleitoral, eles foram diplomados por procuração.

O prefeito eleito publicou ontem um vídeo em sua conta do Facebook em que apresenta sua defesa, diz que confia na Justiça e nega as acusações:

—Volto ao Brasil de cabeça erguida. No meu gabinete não tem fantasmas. Os nossos funcionários trabalham até nos finais de semanas. Minha inocência será comprovada.

No vídeo, Lins diz que antes de viajar, ainda no final de novembro, já tinha conhecimento das investigações e antecipou seu depoimento ao MP. Ele afirma também que, antes da viagem de férias aos Estados Unidos, protocolou um pedido de licença do seu mandato, cujo prazo expiraria no dia 29, junto ao MP e à Câmara.

O globo, n.30457 , 26/12/2016. PAÍS, p. 4