Cai veto sobre redistribuição de ISS a municípios

Renan Trufi 

31/05/2017

 

 

Pela medida, aprovada no Senado e vetada por Temer, imposto será redistribuído para 5,5 mil cidades; hoje arrecadação vai para apenas 35 prefeituras

O Congresso Nacional derrubou, ontem à noite, um veto parcial do presidente Michel Temer que impedia a redistribuição do Imposto sobre Serviços (ISS) para mais de 5,5 mil municípios brasileiros.

O veto caiu por 49 votos a 1, entre os senadores, e 371 votos a 6, entre os deputados.

A redistribuição do ISS estava prevista em projeto de reforma do ISS, aprovado no Senado em dezembro do ano passado, mas foi vetada pelo presidente.

Atualmente, a arrecadação desse imposto está concentrada apenas em 35 prefeituras.

O motivo é que somente as cidades nas quais estão instaladas prestadoras de serviço específicos – como empresas de cartões de créditos e débito, leasing e planos de saúde – podiam receber esse tributo.

Pelo texto aprovado no Congresso, o ISS passa a ser direcionado para os municípios de domicílio dos clientes desses mesmos serviço. Essa alteração da tributação para o domicílio do cliente é uma antiga reivindicação de prefeitos. Isso porque a arrecadação de R$ 6 bilhões passa a ser dividida entre todas as cidades do País e deixa de ficar concentrada apenas em algumas prefeituras.

Na justificativa do veto, o Planalto argumentou que a mudança traria “uma potencial perda de eficiência e de arrecadação tributária, além de redundar em aumento de custos para empresas do setor, que seriam repassados ao custo final”, ou seja, ao consumidor.

Pressão. Diante da pressão de prefeitos, no entanto, o governo aceitou fazer um acordo e autorizou a base aliada a derrubar esse veto. A oposição, por sua vez, comemorou o “recuo” e tratou a mudança de posição como uma “derrota do Palácio do Planalto”.

O deputado Caetano (PTBA) lembrou que a derrubada do veto foi defendida durante a 20ª Marcha dos Prefeitos a Brasília, no começo do mês. “Os municípios vivem uma crise profunda, os prefeitos vivem com a cuia na mão. Eles têm se mobilizado para que esse veto seja derrubado aqui hoje”, disse Caetano.

O próprio presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já havia feito aceno à derrubada do veto. “Essa é uma matéria extremamente importante para os municípios brasileiros”, disse. “Já tive oportunidade de comunicar (a Michel Temer) que havia um movimento no sentido da derrubada do veto.”

Voto. Eunício Oliveira fez aceno à derrubada do veto

Arrecadação

R$ 6 bi arrecadados com ISS passam a ser divididos entre todas as cidades do País

Cai veto sobre redistribuição de ISS a municípios

Pela medida, aprovada no Senado e vetada por Temer, imposto será redistribuído para 5,5 mil cidades; hoje arrecadação vai para apenas 35 prefeituras

O Congresso Nacional derrubou, ontem à noite, um veto parcial do presidente Michel Temer que impedia a redistribuição do Imposto sobre Serviços (ISS) para mais de 5,5 mil municípios brasileiros.

O veto caiu por 49 votos a 1, entre os senadores, e 371 votos a 6, entre os deputados.

A redistribuição do ISS estava prevista em projeto de reforma do ISS, aprovado no Senado em dezembro do ano passado, mas foi vetada pelo presidente.

Atualmente, a arrecadação desse imposto está concentrada apenas em 35 prefeituras.

O motivo é que somente as cidades nas quais estão instaladas prestadoras de serviço específicos – como empresas de cartões de créditos e débito, leasing e planos de saúde – podiam receber esse tributo.

Pelo texto aprovado no Congresso, o ISS passa a ser direcionado para os municípios de domicílio dos clientes desses mesmos serviço. Essa alteração da tributação para o domicílio do cliente é uma antiga reivindicação de prefeitos. Isso porque a arrecadação de R$ 6 bilhões passa a ser dividida entre todas as cidades do País e deixa de ficar concentrada apenas em algumas prefeituras.

Na justificativa do veto, o Planalto argumentou que a mudança traria “uma potencial perda de eficiência e de arrecadação tributária, além de redundar em aumento de custos para empresas do setor, que seriam repassados ao custo final”, ou seja, ao consumidor.

Pressão. Diante da pressão de prefeitos, no entanto, o governo aceitou fazer um acordo e autorizou a base aliada a derrubar esse veto. A oposição, por sua vez, comemorou o “recuo” e tratou a mudança de posição como uma “derrota do Palácio do Planalto”.

O deputado Caetano (PTBA) lembrou que a derrubada do veto foi defendida durante a 20ª Marcha dos Prefeitos a Brasília, no começo do mês. “Os municípios vivem uma crise profunda, os prefeitos vivem com a cuia na mão. Eles têm se mobilizado para que esse veto seja derrubado aqui hoje”, disse Caetano.

O próprio presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já havia feito aceno à derrubada do veto. “Essa é uma matéria extremamente importante para os municípios brasileiros”, disse. “Já tive oportunidade de comunicar (a Michel Temer) que havia um movimento no sentido da derrubada do veto.”

Voto. Eunício Oliveira fez aceno à derrubada do veto

Arrecadação

R$ 6 bi arrecadados com ISS passam a ser divididos entre todas as cidades do País

 

O Estado de São Paulo, n. 45151, 31/05/2017. Economia, p. B7