Título: Um país devastado
Autor: Braga, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 11/01/2012, Brasil, p. 6

Há dois anos, a cidade de Porto Príncipe foi devastada por um terremoto de 7 graus na escala Richter, que matou cerca de 316 mil pessoas. Entre elas, a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança. O Brasil foi um dos países mais atuantes na reconstrução da capital haitiana. Na ocasião, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o país e anunciou um pacote de ajuda humanitária com remédios, alimentos e água, além de um reforço das tropas brasileiras — que ainda estão no país em missão de paz.

Lula também defendeu a anistia da dívida de US$ 1,3 bilhão do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Seis meses depois da tragédia, o órgão mundial providenciou a anulação total dos débitos pendentes do Haiti e ainda aprovou uma autorização de crédito facilitado para a nação caribenha, por três anos.

Desde a tragédia de 12 de janeiro de 2010, o Brasil se tornou destino preferencial para muitos haitianos que deixaram a ilha no Caribe à procura de empregos, especialmente devido à atual situação econômica brasileira. Atualmente, já são 4 mil refugiados residindo no Brasil, principalmente em cidades da Região Norte. Porém, somente 1,6 mil têm a situação regularizada.

Em março do ano passado, empresas de construção civil de Porto Velho já tinham absorvido quase 130 haitianos que imigraram para Rondônia. Alguns deles até possuem formação superior, mas a maioria é de ajudantes de obra, eletricistas e pintores, assim como cabeleireiras.