Investigação vê ‘Edgard’ como nome ligado a porto

Beatriz Bulla, Fabio Serapião e Carla Araújo

16/06/2017

 

 

GOVERNO SOB INVESTIGAÇÃO / Operação Patmos suspeita de que diretor de empresa de Santos é citado na conversa entre ex-assessor de Temer e executivo do Grupo J&F

Investigadores da Operação Patmos suspeitam que o diretor jurídico da Marimex Inteligência Portuária, Edgard Laborde Gomes, seja o “Edgard” citado em conversa entre o ex-assessor do presidente Michel Temer Rodrigo Rocha Loures e o executivo da J&F Ricardo Saud.

O Estado confirmou com dois investigadores que uma das linhas de investigação sobre o nome citado na gravação mira no executivo da empresa que atua no Porto de Santos.

A Polícia Federal perguntou a Temer sobre um certo “Edgard”.

É a 47.ª indagação, de um total de 82 questionamentos ao presidente, que é alvo de inquérito na Operação Patmos por suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.

Em nota, Edgard, que é advogado, disse que já manteve um escritório no mesmo prédio em que Temer manteve uma sala “há mais de 20 anos”. Mas, apesar de afirmar que, “de uns 20 anos para cá”, ele não teve qualquer contato com o presidente, a mesma nota enviada por sua assessoria informou que os dois se encontraram na cerimônia de assinatura do decreto que prorrogou por 70 anos as concessões no Porto de Santos.

Edgard afirmou também que “houve outros contatos ocasionais, públicos, em reuniões sociais ou protocolares” com o atual presidente, mas não cita as datas nem os locais.

Temer, por meio de sua assessoria, foi taxativo e negou contato com Edgard. “O presidente Michel Temer desconhece a empresa citada e os personagens a ela relacionados”, informou o Palácio do Planalto.

Após ser confrontada com a resposta do advogado ao Estado, a assessoria de comunicação do Planalto informou que o presidente “tem contato com milhares de pessoas todos os anos” em razão de suas “atividades políticas e profissionais”. Ainda na segunda nota, a assessoria apontou que, “sobre a cerimônia citada”, cabe a cada ministério fazer os “convites relacionados aos assuntos da pasta”.

Outro Edgard. Segundo o site Antagonista, o “Edgard” da conversa entre Rocha Loures e o executivo da J&F seria Edgar Santos Neto, citado na delação do ex-diretor da Odebrecht José de Carvalho Filho como o operador do PMDB que recebeu propina destinada a Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil de Temer.

Questionamento

“Vossa Excelência tem alguém chamado ‘Edgard’ no universo de pessoas com quem se relaciona com certa proximidade?” foi uma das 82 perguntas que a PF enviou ao presidente Temer.

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Alexandre Garcia também é insultado em voo

16/06/2017

 

 

O jornalista Alexandre Garcia, da TV Globo e colunista da Rádio Eldorado, do Grupo Estado, passou por experiência semelhante à da também jornalista Míriam Leitão. Ele foi insultado, ontem, por um militante de esquerda antes de embarcar e durante um voo da Gol entre Brasília e Cofins, em Minas.

Imagens gravadas pelo rapaz e divulgadas nas redes sociais mostram que os ataques verbais ao jornalista começaram já na fila de embarque e seguiram até dentro do avião. “Golpista! Vai ter Mimimiriam Leitão. Alexandre, você também vai soltar notinha se vitimizando igual à Miriam Leitão? Vocês que incentivam o ódio contra o PT, o PCdoB, contra a esquerda, vai ter mimimi também?”, gritava o rapaz.

Garcia, que não respondeu às provocações, afirmou que o piloto disse que poderia tirar o rapaz do voo, mas que ele próprio não permitiu. “Não deixei e posso dizer que esse rapaz voou graças a mim. Me deu um poder que eu não tenho. Não dei muita importância”, afirmou ao Estado.

Não se sabe se o rapaz que hostilizou Garcia é ligado a algum partido, ao contrário do caso de Míriam, ofendida por militantes do PT que voltavam do Congresso da legenda em Brasília.

“Acho que Freud explica esse tipo de atitude, isso é caso de psicanálise, não de política”, afirmou Garcia.

Insultos. Jornalista ignorou provocações em aeroporto

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Corpo de jornalista é sepultado em Cuiabá

16/06/2017

 

 

Sob aplausos, foi enterrado ontem, no Cemitério da Piedade, em Cuiabá, o corpo de Jorge Bastos Moreno, colunista do jornal O Globo. Aos 63 anos, o jornalista faleceu na quarta-feira, vítima de um edema pulmonar decorrente de complicações cardiovasculares. Parentes, amigos e políticos foram até o local para se despedir do premiado jornalista, que tinha 40 anos de carreira. O governo de Mato Grosso decretou luto oficial de um dia.

 

O Estado de São Paulo, n. 45167, 16/06/2017. Político, p. A7