Título: Brechas na investigação
Autor: Fraga, Álvaro ; Kiefer, Sandra
Fonte: Correio Braziliense, 04/02/2012, Brasil, p. 10

O corpo do empresário Djalma Brugnara Veloso, 49 anos, foi encontrado em um motel da capital do estado com 28 facadas, sendo 22 superficiais e seis mais profundas, entre elas uma no coração, a que foi fatal, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais. Os delegados Edson Moreira e Wagner Pinto afirmaram que a porta do quarto estava fechada por dentro, de acordo com depoimento das camareiras do Motel Capri. No entanto, Moreira garantiu que o corpo foi encontrado por volta das 21h30, mas o primeiro telefonema para a Polícia Militar foi dado às 23h47, como consta em um documento da PM obtido pelo Correio Braziliense/ Estado de Minas.

A polícia não informa para onde o carro do empresário foi levado — o veículo ainda não foi devolvido à família dele. Outro ponto discrepante: conforme declarações fornecidas pela Polícia Civil, as investigações apontam que o empresário entrou sozinho no motel. No entanto, o boletim de ocorrência nº CIAD/P-2012-1043212 FL 3/6) a que o Correio Braziliense/Estado de Minas teve acesso mostra que ele não teria entrado sozinho.

Em um dos trechos do documento feito pela Polícia Militar está escrito: "...Ao chegarmos no Motel Capri, fomos recebidos pelos funcionários, que nos fizeram as seguintes declarações: que o senhor Djalma Brugnara, de 49 anos, havia dado entrada na portaria às 4h45 da madrugada do dia 02 fevereiro 2012, em companhia de uma mulher loura...que o casal após o atendimento inicial se dirigiu para o apartamento 16...". Em outro trecho, o PM afirma que, assim que entraram no quarto, "...havia no apartamento um corpo sem vida e nenhuma outra pessoa em sua companhia...". Perguntado novamente sobre o fato, o delegado Edson Moreira voltou a repetir que as investigações apontam que Djalma entrou sozinho no motel.