Título: Impulso para Obama
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Fonte: Correio Braziliense, 04/02/2012, Economia, p. 17

Desemprego nos EUA cai para 8,3%, o menor nível desde fevereiro de 2009, o que ajuda os planos de reeleição

Washington — Num claro reforço aos planos do presidente Barack Obama de se reeleger em novembro, os dados do emprego apresentados ontem superaram as expectativas mais otimistas. Em janeiro, o número de contratações teve um forte crescimento nos Estados Unidos, com a criação de 243 mil postos de trabalho. Em consequência, a taxa de desemprego recuou pelo quinto mês seguido, baixando para 8,3%, o menor nível desde fevereiro de 2009. A maioria dos analistas previa ao menos 8,5%, com o surgimento de 150 mil vagas.

Em discurso num quartel de bombeiros em Arlington (Vírginia), Obama comemorou e pediu que o Congresso não interrompa a de retomada bloqueando projetos do governo. "A economia está crescendo fortemente. A recuperação está acelerando. E nós temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter isso. Não desacelerem a recuperação que temos. Não a obstruam", afirmou, dirigindo-se diretamente aos parlamentares. "Não é o momento de darmos um tiro no pé." Segundo especialistas, a sensação positiva criada pela trajetória de queda do desemprego é mais importante para os planos de reeleição de um presidente norte-americano do que o valor da taxa em si.

Na iniciativa privada, quase todos os setores geraram empregos, num total de 257 mil posições. As únicas exceções foram os segmentos de informação e finanças, que, somados, reduziram em 18 mil. As indústrias contrataram 81 mil pessoas, a maior cifra desde janeiro de 2006. Na área pública, a perda de 14 mil foi a mais baixa dos últimos quatro anos. O relatório do Departamento de Trabalho animou o chefe da assessoria econômica de Obama, Alan Krueger. "Os dados demonstram que a economia está se recuperando da pior recessão registrada desde a grande depressão dos anos 1930", disse.

Segundo ele, o número de empregos tem crescido nos últimos 23 meses, mesmo com todos os problemas pelos quais a economia norte-americana e a mundial têm passado. Ao todo, foram criados 3,7 milhões de vagas no período. "Nos últimos 12 meses, 2,2 milhões de empregos foram criados", disse Krueger. Para ele, ainda há muito a fazer para melhorar a vida dos 12,8 milhões de desocupados no país.

"O mais importante é estender o corte de impostos da folha de pagamentos e continuar a proporcionar o auxílio-desemprego de emergência até o fim do ano", disse, em referência ao projeto que espera aprovação no Congresso. Em dezembro, as encomendas às indústrias subiram pelo segundo mês consecutivo (1,1%) e o setor de serviços se acelerou, em outros indícios da retomada.

Falsificações O procurador-geral do estado de Nova York, Eric Schneiderman, está processando grandes bancos norte-americanos por execuções fraudulentas de milhares de propriedades, o que gerou a crise imobiliária anterior à recessão. Os alvos são Bank of America, JPMorgan Chase e Wells Fargo. A ação inclui a Merscorp, classificada como uma empresa fantasma criada pelos bancos para processar os créditos hipotecários, mas que acabou cometendo falsificações contábeis.