Título: Empurrão no consumo
Autor: Caprioli, Gabriel
Fonte: Correio Braziliense, 18/01/2012, Economia, p. 9
A desaceleração do crescimento chinês em 2011 reforçou o consenso de que as autoridades em Pequim devem voltar a estimular o mercado interno, desarmando os mecanismos de restrição adotados nos últimos dois anos para controlar a inflação. Como a incerteza na Europa continua prejudicando as exportações do país asiático, o governo deve incentivar agora o gasto das famílias.
Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, as medidas farão parte da estratégia adotada desde o estouro da crise em 2008, na qual as autoridades chinesas aumentaram os estímulos ao mercado interno, com a ampliação das obras habitacionais e de infraestrutura. "Esses investimentos foram importantes, mas já não dão tanto retorno", avaliou. Ele lembrou que a inflação em torno de 4% dá espaço ao governo para afrouxar as amarras ao crédito e começar a cortar os juros.
O professor de relações internacionais do Ibmec-DF Creomar Souza destacou que a capacidade de ampliar o consumo será determinante na manutenção do ritmo de crescimento acima de 8%, como pretende o governo chinês. "A depender da recuperação dos países desenvolvidos, especialmente a Europa, esse será o fator principal", disse. (GC)