Título: Obama reforça sanções ao Irã
Autor: Garcia, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 07/02/2012, Mundo, p. 17
Presidente congela fundos e reafirma sintonia com Israel, mas desconversa sobre ataque
Em um contexto de tensão entre as potências ocidentais e o Irã, o presidente norte-americano, Barack Obama, declarou à emissora de tevê NBC que está "em sintonia" com o governo israelense na campanha contra o programa nuclear do regime islâmico, suspeito de tentar obter armas atômicas. Embora tenha ressaltado que pretende resolver a questão pela diplomacia, Obama não descartou um possível ataque e disse que o planejamento dos EUA contempla "todas as opções". "Estamos preparados para agir em qualquer situação", ressaltou o presidente. Depois de anunciar uma posição indefinida sobre a guerra, Washington divulgou um decreto com novas e mais rígidas sanções, congelando ativos do governo de Teerã em instituições americanas e restringindo ainda mais operações que envolvam o Banco Central iraniano.
Obama fez coro com o secretário de Defesa, Leon Panetta, que na última semana admitiu ter receio de que Israel lance um ataque preventivo a instalações nucleares iranianas entre abril e junho — mas afirmou duvidar de que o aliado aja sem comunicar Washington. "Eu não acho que Israel tomou uma decisão sobre o que fazer", disse ontem Obama. À espera do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que visitará os EUA no início de março, o presidente assegurou que os dois países "falam em uníssono" sobre o Irã e pôs em dúvida a capacidade do regime islâmico para um eventual revide contra alvos americanos. A preocupação de Washington com um eventual ataque se explica também pela incerteza quanto à efetividade dos bombardeios contra instalações que estão até 200m abaixo da superfície.
Pressão As novas sanções anunciadas pela Casa Branca têm como finalidade aumentar a pressão sobre Teerã para que abandone seu controverso programa nuclear. A medida bloqueia "qualquer bem ou participação em ativos do governo iraniano" e afeta todo o sistema financeiro dos EUA. A União Europeia também intensificou as punições ao Irã. Além de suspender gradativamente a importação de petróleo, a UE congelou os ativos do BC iraniano no bloco.
Na tentativa de acalmar os ânimos no cenário internacional, o governo iraniano aceitou, no fim de janeiro, uma extensão da missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que inicialmente duraria três dias. Os inspetores foram vistoriar instalações nucleares do país e acertaram nova visita para 21 e 22 de fevereiro. A boa vontade de Teerã surpreendeu as autoridades internacionais, que esperavam maior resistência.
O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, assegurou que a missão poderá dar espaço para que a ONU "corrija sua atitude", considerada preconceituosa. Representantes do governo afirmaram que o objetivo é provar que o programa nuclear do país é transparente. "Estamos ansiosos pelo início de um diálogo", garantiu o embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltaniyeh.
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