Título: De desconhecido a líder
Autor: Gama, Junia ; Braga, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 03/02/2012, Política, p. 2
Há pouco mais de seis meses, quem chegasse à Câmara procurando o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que toma posse na próxima segunda-feira como ministro das Cidades, teria poucas referências de informações. Parlamentar de primeiro mandato, ele era então um ilustre desconhecido até que uma briga entre o ministro Mário Negromonte e o grupo ligado ao senador Ciro Nogueira (PI) apeou o líder Nelson Meurer (PR) do comando do partido na Câmara, por uma disputa de abaixo-assinado.
De repente, o ex-secretário de Ciência e Tecnologia e de Agricultura da Paraíba e de João Pessoa tornou-se o principal deputado da bancada e responsável pela pacificação dos deputados. Nos primeiros encontros, mal conseguia reunir 40% dos parlamentares. Hoje, é o nome de consenso para comandar uma pasta que administra um dos principais programas do governo Dilma Rousseff: o Minha Casa, Minha Vida.
Aguinaldo, contudo, tem dinastia política. Ele é filho do ex-deputado federal Nivaldo Ribeiro e neto do também deputado Aguinaldo Veloso Borges — aliás, mesmo nome do novo ministro. O caminho trilhado pelo avô para chegar ao parlamento, contudo, é pouco recomendável.
O patriarca é acusado de matar o fundador da Liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, em 1962; e de ter ameaçado de morte Margarida Maria Alves, que inspirou a "Marcha das Margaridas", movimento das mulheres campesinas. Para não ser condenado, elegeu-se deputado federal apesar de ser o quinto suplente — foi beneficiado pela "desistência" de seus antecessores. (PTL)