Título: Risco de US$ 5 bilhões
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 15/01/2012, Economia, p. 15
O JP Morgan pode perder até US$ 5 bilhões pela exposição que tem a títulos de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, alertou ontem Jamie Dimon, presidente-executivo do banco norte-americano de investimentos. Ele disse que o valor das aplicações aos papéis dos países do bloco apelidado pejorativamente de Piigs é de US$ 15 bilhões. "Esperamos que o pior não ocorra, mas mesmo se ele ocorrer, não arrancaria meus cabelos", brincou. Dimon disse que a Europa é o pior problema para o setor bancário. "Mas a União Europeia (UE) e o euro são sólidos, mesmo que os estados tenham que ser os responsáveis e fazer todo o possível para desenvolver políticas sociais comuns", ressaltou.
O executivo disse que as recentes medidas tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE) para fornecer recursos ao sistema financeiro foram uma boa iniciativa. "Os bancos terão de ter mais capital e vender ativos, mas pelo menos eles têm liquidez", explicou. Questionado se JP Morgan poderia tirar proveito dos problemas enfrentados pela instituições da Europa e comprar ativos, informou que a estratégia já vem sendo adotada e poderá continuar.
Quanto aos testes de estresse que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está aplicando a bancos dos Estados Unidos, cujos resultados devem sair em março, Dimon disse que JP Morgan iria passar. "Espero que o teste mostre que os bancos, talvez com uma ou duas exceções, estão muito bem capitalizados", finalizou Dimon, informando que sua instituição recomprou US$ 8 bilhões em ações ano passado. "Espero que em 2012 façamos mais ou menos o mesmo."
Reservas da China caem As reservas internacionais da China, as maiores do mundo, caíram para US$ 3,18 trilhões no último trimestre de 2011, indicando saídas de capital e declínio da acumulação de moeda estrangeira liderada pelas exportações. Segundo o banco central chinês, a queda foi de US$ 20,6 bilhões no período, ou 0,6%. O montante baixou em novembro e dezembro, no primeiro registro de dois recuos mensais seguidos desde o primeiro trimestre de 2009, num claro sinal de desaceleração das exportações e da retirada do país de investimentos de fundos especulativos. Segundo analista, o quadro deverá estimular o governo a adotar medidas para dar mais liquidez ao mercado, como redução dos depósitos compulsórios dos bancos.