O Estado de São Paulo, n. 45182, 01/07/2017. Política, p. A11

 

Ipsos: PT é sigla mais vinculada à Lava Jato

Adriana Ferraz

01/07/2017
 
 
Segundo pesquisa, partido é o mais citado no âmbito da operação, seguido por PMDB e PSDB

Levantamento realizado neste mês pela empresa Ipsos, especializada em pesquisa de mercado, aponta que o PT é o partido mais associado à corrupção investigada pela Lava Jato. Segundo o estudo, a legenda foi lembrada por 64% dos entrevistados de forma espontânea. O PMDB foi o segundo mais citado (12%), seguido pelo PSDB (3%).

Outros 17% não souberam opinar. A maioria dos entrevistados (82%), no entanto, afirmou que as investigações mostram que todos os partidos estão ligados à corrupção. A pesquisa também revelou que para 96% dos entrevistados a operação deve continuar. Mas o resultado final ainda é uma incógnita – 50% das pessoas acreditam que a “Lava Jato não vai acabar em pizza”, 32% que vai e outros 18% disseram que não é possível responder a essa pergunta.

Realizada entre os dias 1.º e 13 de junho, a Ipsos ouviu 1,2 mil pessoas de forma presencial em 72 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 3%.

Com foco na Lava Jato, o levantamento abordou o legado da operação. Para 87% dos entrevistados, a operação vai fortalecer a democracia. Outros 79% ainda acreditam que as investigações podem ajudar a deixar o País mais sério. Para 95% dos brasileiros ouvidos, a Lava Jato deve continuar mesmo que traga mais instabilidade política e para 94%, mesmo que traga mais instabilidade econômica.

A pesquisa questionou, de forma espontânea, sobre quais nomes estão envolvidos na Lava Jato. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi citado por 57% dos entrevistados; o senador Aécio Neves (PSDBMG), por 44%; o presidente Michel Temer (PMDB), por 43%.

Também foram mencionados a presidente cassada Dilma Rousseff, com 35%, e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com 33%. Quando receberam sugestão de nomes, a ordem mudou. Os mais citados foram Temer (90%), Aécio (88%), Cunha (88%), Lula (87%), Dilma (82%), os senadores Renan Calheiros (PMDBAL) (67%) e José Serra (PSDBSP) (52%), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (45%) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (43%).

Governo. A avaliação do governo Temer teve uma piora de quatro pontos porcentuais comparada ao mês anterior. Hoje, 84% dos brasileiros classificam a gestão como ruim e péssima. Em maio, o índice era de 80% e, em janeiro, de 59%.

A avaliação pessoal de Temer também piorou: saiu de 86%, em maio, para 93% hoje. Essa taxa de reprovação faz do presidente a figura pública mais mal avaliada entre os entrevistados.  Atrás dele estão Cunha (92%), Aécio (91%) e Renan (84%).

Considerando os políticos que já foram presidenciáveis, Aécio é o tucano com maior taxa de rejeição, com 91%. O político mineiro é seguido por Serra, com 79%, aumento de nove pontos em relação a maio, e por Alckmin, com 71%, o que representa sete pontos a mais comparado ao último mês.

- Corrupção

- 64% é o índice de entrevistados que lembrou, de forma espontânea, do PT como partido mais envolvido na corrupção na Lava Jato.

- 82% é a porcentagem que associa corrupção a todas as siglas.