Título: Críticas ao estudo
Autor: Mariz, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 15/01/2012, Brasil, p. 8
Local de desova de corpos, presença de hospitais de referência e um Instituto de Medicina Legal que atende as redondezas são algumas das razões levantadas por autoridades dos municípios apontados como os mais violentos no estudo do governo federal o Mapa da Violência para justificar a posição no ranking. Ao explicar que o levantamento é feito pela certidão de óbito, documento que traz a causa da morte e é exigido para qualquer sepultamento no país, o pesquisador Julio Jacobo reconhece limitações no resultado. Mas destaca que as distorções, ao contrário do que sustentam autoridades locais, não comprometem as conclusões.
"A certidão de óbito é a melhor forma de medir homicídio, aqui e internacionalmente. Claro que as capitais, com seus hospitais de referência, podem ser prejudicados nessa contabilidade. Mas fizemos alguns estudos amostrais para ver a discrepância do local de ocorrência da morte e do endereço da vítima. Simões Filho, na Bahia, foi um dos locais estudados. Verificamos que a maior parte das mortes é de gente que reside lá", destaca, sem fornecer números. Jacobo explica ainda que o ranking apresentado é feito com base na média dos últimos três anos sobre os quais há informação disponível. "Os dados podem ser muito voláteis. Dois homicídios em um ano em Borá, menor cidade do Brasil, deixará o município entre os piores. Por isso, temos critérios claros para fazer a estatística." (RM)