Título: Não podemos flexibilizar
Autor: Caastro, Grasiella ; Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 10/02/2012, Brasil, p. 9
Essa é uma grande vitória para a sociedade. É fundamental que não exista essa condicionalidade. A Lei Maria da Penha é um avanço e deve ser interpretada de uma única maneira, que é como foi redigida. Não podemos flexibilizar uma regra tão clara contra um ato de violência que envolve toda a sociedade. Muitas mulheres retiram a queixa porque são pressionadas pelos maridos e companheiros. Elas têm medo, sabem que o agressor pode tentar fazer alguma coisa, como geralmente faz. Independentemente da vontade da mulher, houve uma violência. Por isso, tem que ter investigação e punição. O papel do Ministério Público deve ser de apurar, investigar e punir, a vítima autorizando ou não. Em nenhum momento, estamos tratando de negar um direito ou a liberdade. O fato é que houve um mal, um prejuízo que precede a vontade da vítima. Isso é um crime e crimes não podem ficar impunes.
Lourdes Bandeira, socióloga