Título: Uma gestora durona
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 10/02/2012, Economia, p. 10
A primeira mulher na presidência da maior empresa do Brasil fez história também como exemplo de superação. Maria das Graças Silva Foster, 58 anos, percorreu uma longa trajetória iniciada numa favela no Rio de Janeiro até chegar ao comando da Petrobras, onde trabalha há 32 anos. Formada em engenharia química pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Graça Foster, como é chamada, foi presidente das subsidiárias Petroquisa e Petrobras Distribuidora e, desde 2007, está à frente da diretoria de Gás e Energia da Petrobras. Casada e mãe de dois filhos, ela foi também a primeira mulher a assumir uma diretoria da companhia em quase 60 anos de história.
Em 2010, o jornal inglês Financial Times incluiu Graça Foster na lista das 50 executivas mais poderosas do mundo. Amiga da presidente Dilma Rousseff, também teve o nome cotado para assumir um ministério. De 2003 a 2005, ela foi secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, quando a pasta era comandada por Dilma. Nascida em Caratinga (MG), a executiva entrou na Petrobras em 1978 como estagiária no setor de lubrificantes, aditivos e graxas. O primeiro cargo como funcionária foi o de engenheira de perfuração.
Ao longo de sua carreira construiu a imagem de obcecada pelo cumprimento de metas, uma gestora durona cujo perfil se assemelha ao da presidente da República. Sua indicação foi considerada desde o início por analistas nacionais e estrangeiros como o começo de uma gestão com perfil técnico, baseada em resultados. A primeira vez que seu nome foi anunciado oficialmente, graças a comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no último dia 23, levou as ações da estatal a dispararem na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). (SR)