Título: Sem a devida comprovação
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 15/01/2012, Política, p. 2

Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que dos R$ 23,8 milhões do convênio firmado entre a prefeitura de Petrolina e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em 2005 pelo menos R$ 4,6 milhões não foram devidamente comprovados nas prestações de contas.

O trabalho de fiscalização identificou ainda que a obra de saneamento contratada à época em que o ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra era prefeito do município teve R$ 412 mil de recursos perdidos em sobrepreço e R$ 339 mil em "pagamentos irregulares". O período de vigência do convênio enquadrado pela CGU também compreende a administração de Odacy Amorim, sucessor de Bezerra.

De acordo com a CGU, apesar de as obras estarem inacabadas, foram identificadas medições que superam as quantidades contratadas. Os técnicos relataram que os vícios do convênio tiveram início no processo de licitação. Apesar de 22 firmas terem solicitado o edital, apenas quatro apresentaram propostas e "constatou-se que todas as empresas possuem ou já possuíram algum tipo de vínculo, seja participação em consórcios, seja na participação de seus sócios na composição de outras empresas em comum".

Quando o projeto de saneamento para o município de Petrolina foi aprovado, a obra foi orçada em R$ 9,9 milhões, mas a proposta original foi modificada e o convênio ganhou termo aditivo, elevando para quase R$ 24 milhões o montante de recursos federais que seria despendido via Codevasf. O relatório da CGU deu origem a um inquérito civil no Ministério Público Federal.