Novo líder do PMDB avalia que mudança da CLT é 'questão resolvida'

Vandson Lima e Fabio Murakawa

05/07/2017

 

 

Escolhido novo líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira (PB) avaliou que a reforma trabalhista encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional é "questão resolvida" e será aprovada. "A reforma trabalhista no Senado é uma questão resolvida. Por se tratar de projeto de lei simples [que necessita menos votos]. Do ponto de vista da maioria, está bem encaminhado", garantiu.

Substituto de Renan Calheiros (AL), que estava em guerra com o presidente Michel Temer e era contra a reforma, Lira não sobre precisar, no entanto, quantos de seus correligionários votarão a favor da proposta. "Não assumi de fato, politicamente, a liderança, do ponto de vista administrativo, de gestão. Só amanhã". O PMDB tem a maior bancada do Senado, com 22 integrantes entre os 81 senadores.

O novo líder não quis entrar em polêmica com o antecessor. Afirmou que refletirá a posição da maioria da bancada, mas sem massacrar os dissidentes. "O PMDB é um partido plural. Temos que ter sempre a convicção de que não vamos liderar uma bancada com pensamento único. Nosso objetivo é harmonizar a bancada e, em todos os momentos, refletir a maioria", apontou. "Temos que respeitar Renan, é um dos senadores de maior prestígio na Casa. Agora, no momento em que ele estava desconfortável na liderança, por não representar a maioria, foi a razão pela qual saiu".

Líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) saudou a escolha de Lira, dizendo que ele recebeu a "aclamação e unanimidade" da bancada, que demonstrou "maturidade em superar as desavenças. "Vamos a partir de amanhã, com o novo líder, encaminhar votações, tratar de assuntos nas comissões, para que possamos fazer a diferença".

Não foi, no entanto, o que a ala ligada a Renan saiu dizendo ao deixar a reunião. Para o grupo, Lira venceu "por WO", ou seja, pela absoluta falta de outros postulantes ao cargo. Renan tentou convencer a assumir o posto alguns de seus aliados, como Kátia Abreu (TO), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Todos se negaram, segundo a fonte.

Raimundo Lira é empresário. Ele se tornou senador ao substituir Vital do Rêgo Filho, nomeado ministro do Tribunal de Contas das União (TCU). O senador, conhecido pelo temperamento brando, foi o presidente da comissão especial que julgou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

 

 

Valor econômico, v. 17, n. 4290, 05/07/2017. Política, p. A7.