Título: Apoio da Al-Qaeda
Autor: Garcia, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 13/02/2012, Mundo, p. 12
O líder do grupo terrorista Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, manifestou ontem apoio à queda do regime de Bashar Al-Assad na Síria — embora com motivação diferente, uma posição semelhante à das potências ocidentais que o grupo odeia. Em um vídeo denominado "Adiante, leões da Síria", divulgado em fóruns jihadistas, ele acusou o governo sírio de diversos crimes e de ser "pernicioso e cancerígeno". Ele pede aos manifestantes que estabeleçam "um Estado que defenda os países muçulmanos, tente libertar Golã e continue com a jihad (guerra santa) até hastear a bandeira da vitória".
Na gravação, ele pediu aos muçulmanos do Iraque, da Jordânia, do Líbano e da Turquia que se unam à população síria em protestos. Todos esses países fazem fronteira com a Síria. Além disso, aconselhou que os sírios não confiem em líderes ocidentais e árabes. "Não dependam do Ocidente nem da Turquia, que tiveram contratos, acordos e partilhas com esse regime durante décadas", declarou al-Zawahiri. "Dependam apenas de Alá, de vossos sacrifícios, vossa resistência e vossa firmeza."
"Não há outro tratamento senão a remoção do regime", ressaltou al-Zawahri. Ele assumiu a liderança da Al-Qaeda após a morte de Osama bin Laden, em maio de 2011, em uma ação das forças militares especiais americanas no Paquistão.
Guerra santa
A Irmandade Muçulmana da Jordânia convocou ontem mesmo, via sua página na internet, uma jihad contra o regime sírio. O líder do movimento, Hamam Said, afirmou que a ação faz parte do dever islâmico. "Todos os muçulmanos devem apoiar o Exército Sírio Livre contra a agressão das forças criminais e brutais do regime", declarou. "O povo sírio tem o direito de se defender. Não deve jogar a toalha", disse Mohammad Abu Fares, membro do comitê das fatwa — decretos religiosos. (LG)