Título: Economia aquecida, reclamações em alta
Autor: Borba, Julia
Fonte: Correio Braziliense, 06/02/2012, Cidades, p. 24

Melhora do poder de compra do brasileiro faz crescer as reclamações relativas à contratação de empresas. De olho na redução dos conflitos, Ministério da Justiça atua para aperfeiçoar a relação entre prestadores de serviço e consumidores » A redução do número de conflitos entre empresas e consumidores e a garantia de mais segurança para as informações pessoais dos clientes — por meio de cadastros de lojas e sites — estão na ordem do dia do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão do Ministério da Justiça. O crescente número de brasileiros em condições econômicas para comprar e contratar serviços fez crescer consideravelmente a demanda no comércio, assim como a procura pelos institutos de defesa do consumidor.

Em entrevista exclusiva ao Correio, a diretora do DPDC, Juliana Pereira da Silva, destaca a preocupação com a falta de qualidade dos produtos e a quantidade de pessoas que precisam de auxílio do Estado para resolver questões que deveriam ser absorvidas pelo mercado, como dificuldades em entrar em contato com as assistências técnicas de empresas, garantir o cumprimento de prazos e cancelar cobranças indevidas.

Apesar de serem aguardadas grandes mudanças para a área ainda este ano, com influência direta sobre a vida dos cidadãos — como a criação de uma Secretaria de Defesa do Consumidor e a reforma do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) —, Juliana Pereira evitou comentar o assunto. "O que eu posso falar é que esse é um sonho para quem faz parte do sistema, mas acho que é o ministro (da Justiça) quem deve dizer os detalhes de como está planejando tudo isso", afirma.

Sobre as dificuldades em resolver impasses relativos aos setores regulados pelo governo, como financeiro, de telefonia e de aviação, a diretora do DPDC afirma que o desafio das agências será o de encontrar alternativas para conciliar o desenvolvimento tecnológico do mercado com os interesses dos consumidores. Segundo ela, outras empresas campeãs de reclamações, como as do setor do varejo, devem ser pressionadas pelos próprios clientes, que podem se valer do Código de Defesa do Consumidor para defender seus direitos.