Título: Insegurança armada em 2001
Autor: Filizola, Paula
Fonte: Correio Braziliense, 06/02/2012, Política, p. 2

Em julho de 2001, policiais militares baianos fizeram uma paralisação de 13 dias para reivindicar melhores condições salariais. Na ocasião, o Palácio do Planalto estava preocupado que a movimentação dos grevistas tomasse conta de outras corporações do país e fosse deflagrada uma grande paralisação, a exemplo do que ocorreu em julho de 1997, quando o movimento atingiu 13 estados.

Com a falta de policiamento, o pânico logo se instaurou nas ruas. Centenas de encapuzados, muitos usando uniforme da Polícia Militar, rodavam pela cidade com armas. Emissoras de rádio apelavam para que a população não saísse de casa. Os bancos locais foram proibidos de abrir pelo Banco Central e o comércio fechou as portas. Devido à greve, ônibus também deixaram de circular em Salvador.

O governador na época, César Borges, do extinto Partido da Frente Liberal (PFL), insistia com o governo federal para que o Planalto enviasse urgentemente tropas do Exército às ruas da Bahia. Em contrapartida, a população de Salvador ameaçava patrulhar o asfalto "com as próprias mãos".

Diferentemente do atual governador baiano, Jaques Wagner, Borges afirmava na greve de 2001 que preferia dialogar com os grevistas. A princípio, eles negaram a proposta. Mas, depois de alguma negociação, o governo baiano decidiu aceitar a reintegração dos líderes do movimento e a greve teve fim. (PF)