Título: Pai pede ajuda a Agnelo
Autor: Tolentino, Lucas; Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 16/02/2012, Cidades, p. 28

Durante o sepultamento do filho, emocionado, o presidente da Embratur abraçou o governador, que prometeu rigor na investigação sobre a morte de Marcelo Dino. O enterro reuniu pelo menos 200 pessoas, entre elas muitos amigos do menino e autoridades » » O enterro do corpo do estudante Marcelo Dino, 13 anos, às 10h30 de ontem no Cemitério Campo da Esperança, foi acompanhado por pelo menos 200 pessoas, entre amigos de escola, familiares e autoridades. Durante o funeral, o pai do menino, o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino, pediu ao governador Agnelo Queiroz (PT) que ajude na apuração da morte. Os parentes alegam negligência dos médicos que o atenderam no Hospital Santa Lúcia.

Marcelo morreu na manhã de terça-feira, 19 horas depois de ter uma crise asmática no colégio Marista, da 609 Sul, onde cursava o 9º ano do ensino fundamental. Muito emocionado, Flávio Dino abraçou Agnelo, que já pertenceu ao mesmo partido do ex-deputado federal, e pediu empenho das autoridades na investigação do caso. O presidente da Embratur solicitou um esforço da Polícia Civil do DF para que o filho possa "descansar em paz".

Agnelo ficou bastante sensibilizado, principalmente porque o clima era de comoção entre os coleguinhas do estudante. Marcelo Dino era um menino querido no Marista e popular até mesmo entre alunos de outras turmas.

O governador chegou a chorar abraçado a Flávio Dino. Em compromisso oficial na Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade), na tarde de ontem, Agnelo reforçou a intenção de dar apoio à família. "Haverá absoluto rigor na investigação. Isso já está sendo feito", afirmou ao Correio.

"O Sol não nasceu" O presidente da Embratur postou no Twitter a dor que sente pela perda do filho caçula — além dos pais, Marcelo deixou um irmão de 17 anos. "O sol não nasceu hoje para mim. Apenas uma longa noite, que vai durar para sempre. Meu amor maior do que tudo por Marcelo Dino", diz o texto publicado por Flávio Dino no microblog, no início da manhã de ontem. Abalados, os pais e parentes do menino de 13 anos não quiseram dar entrevistas durante o sepultamento. A pedido da família, a imprensa teve de acompanhar todo o funeral do lado de fora do cemitério.

A emoção era visível na cerimônia. Durante o cortejo, familiares, amigos e pessoas próximas a Marcelo seguravam faixas e cartazes em que manifestavam a dor pela perda do garoto. Em uma delas, estava escrito: "Peixinho, hoje um pedaço de nós segue com você". Segundo colegas de classe do garoto, o apelido foi dado em decorrência de um casaco que Marcelo costumava usar, com o desenho de um peixe estampado.

Os ministros Gastão Vieira, do Turismo, Aldo Rebelo, dos Esportes, e Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, acompanharam o velório do garoto, além de integrantes do Legislativo, como o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS). O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também foram ao cemitério, assim como o ex-ministro dos Esportes Orlando Silva. Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff pediu um minuto de silêncio em homenagem a Marcelo, durante reunião no conselho político do governo federal. E disse que a filha também sofre com asma.

Vários adolescentes com uniforme escolar passaram a manhã no cemitério. Os alunos da turma D do 9º ano do Colégio Marista foram ontem dispensados das aulas para que pudessem participar do sepultamento do colega de sala. A morte de Marcelo chocou estudantes, professores e diretores da instituição de ensino.

Colaboraram Ariadne Sakkis e Almiro Marcos