A gravação da conversa de Joesley e Temer e as malas de dinheiro para Rocha Loures e Aécio estão entre as provas que podem ser perdidas. Após a suspensão temporária da delação de Joesley Batista e Ricardo Saud, o Supremo Tribunal Federal poderá selar, amanhã, o destino do acordo entre executivos da JBS e a Procuradoria-Geral da República. Indícios apresentados pelos delatores, especialmente contra o presidente Temer, podem ser jogados fora
“TEM QUE MANTER ISSO, VIU”
O presidente Michel Temer foi gravado pelo empresário Joesley Batista e, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), deu anuência à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados. Temer nega.
- O silêncio de Eduardo Cunha
"Eu tô de bem com o Eduardo" "Tem que manter isso, viu?"
“É O RODRIGO”
Indicado por Temer como novo interlocutor da JBS junto ao governo, o então assessor Rodrigo Rocha Loures foi filmado carregando uma mala com R$ 500 mil em propina. O presidente nega que seria o beneficiário do dinheiro.
- A gravação no Jaburu
"É o Rodrigo" "É o Rodrigo? Então ótimo."
A ENTREGA DE DINHEIRO PARA O INDICADO POR TEMER
Após o encontro com Ricardo Saud (diretor da JBS), Rodrigo Rocha Loures é filmado segurando uma mala preta.
Dentro do carro, Saud tinha uma mala com R$ 500 mil
INFLUÊNCIA INDEVIDA
Na conversa gravada, Joesley indica que está obstruindo investigações contra a JBS, "segurando" juízes e procuradores. No áudio, Temer consente com a afirmação. Depois, disse que não levou a narrativa a sério.
- 'Segurando os dois'
"Aqui eu dei conta de um lado do juiz, dar uma segurada. Do outro lado, um juiz substituto" "Segurando os dois... Eu consegui um procurador dentro da força-tarefa" "Que tá segurando os dois."
CADE E MINISTÉRIO
Extratos telefônicos mostram ligações de Rocha Loures para representantes do Cade, supostamente tentando atuar a favor de uma empresa de Joesley em uma disputa com a Petrobras. Em depoimento, Joesley disse que obtinha vantagens no Ministério da Agricultura em troca de propinas para Eduardo Cunha e Lúcio Funaro.
NOTA FISCAL FRIA
A Revista "Época" revelou uma nota fiscal de R$ 2,9 milhões emitida por uma empresa de Elsinho Mouco, marqueteiro de Temer, em favor da JBS. Joesley afirmou que o serviço não foi prestado e que o pagamento seria propina disfarçada. Temer e Mouco negam.
Nota fiscal fria do marqueteiro Elsinho Mouco para justificar pedido de dinheiro de Temer à JBS, segundo a empresa
CUNHA E LÚCIO FUNARO
Joesley afirmou, em depoimento, que pagou R$ 30 milhões em propinas para que deputados apoiassem a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. Já a irmã do doleiro Lúcio Funaro, Roberta Funaro, foi filmada recebendo R$ 400 mil em propina. O dinheiro faria parte de um montante maior, para evitar que o irmão delatasse.
DECRETO DOS PORTOS
Grampos indicam que Rocha Loures atuou a favor de um decreto que interessava a empresas do setor portuário. O diretor de uma dessas empresas é apontado como intermediário de propina a Temer. O presidente nega.
CONTAS PARA LULA E DILMA
Segundo a Revista "Época", Joesley apresentou um extrato de contas no exterior que seriam destinadas aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, para despesas de campanha. Lula e Dilma negam.
“OS R$ 2 MILHÕES DE AÉCIO”
Joesley gravou uma conversa em que trata com o senador Aécio Neves sobre uma propina de R$ 2 milhões. O primo de Aécio foi filmado recebendo o dinheiro. Aécio afirma que era um empréstimo.
- O pedido de Aécio
"Como é que a gente combina?"
"tem que ver, você vai lá em casa ou..."
A ENTREGA DE DINHEIRO PARA O PRIMO DE AÉCIO
1ª entrega
Fred, primo de Aécio, foi à sede da JBS, em São Paulo. Lá ele encontrou o diretor da JBS Ricardo Saud. Fred foi filmado contando o dinheiro e deixando a empresa. Saud estava com uma mala com R$ 500 mil
2ª entrega
Portando uma mochila, Fred chegou à sede da JBS. Ricardo Saud recebeu Fred com um almoço. Na filmagem é possível ver Saud transferindo o dinheiro de uma mala para a mochila de Fred. Saud e Fred saem juntos. Fred estava carregando a mochila com R$ 500 mil