O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, é alvo de um pedido de abertura de inquérito feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso, que tramita sob sigilo, baseou-se em delações da Odebrecht.
Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora, e Leandro Andrade Azevedo, diretor de Infraestrutura da empreiteira no Rio, apontaram Pezão como destinatário de doações não contabilizadas em espécie, recebidas pessoalmente, e também em contas fora do Brasil. Pezão nega as acusações e questiona a existência das delações com tal conteúdo.
As informações narradas pelos delatores estão registradas em despacho do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual autorizou a remessa da delação ao STJ a pedido de Janot, no primeiro semestre do ano.
“Esses repasses teriam sido registrados no Sistema ‘Drousys,’ enquanto os valores foram entregues em quantias pessoalmente e por meio de contas no exterior”, escreveu Fachin no despacho.
‘NÃO É VERDADE’, DIZ ASSESSORIA
Em nota, a assessoria do governador afirmou que “não é verdade” que delatores relataram propina ou contas no exterior. “Conforme divulgado pela imprensa na ocasião, os delatores afirmaram que nunca trataram disso com o governador. Portanto, o governador Pezão reafirma, mais uma vez, que nunca recebeu recursos ilícitos e jamais teve conta no exterior. As doações de campanha foram feitas de acordo com a Justiça Eleitoral”, diz a nota.