Título: Agnelo tranquiliza ministro do GSI
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Fonte: Correio Braziliense, 15/02/2012, Política, p. 4

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), recebeu ontem, no Palácio do Buriti, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general José Elito Carvalho Siqueira. O Palácio do Planalto está preocupado com os movimentos grevistas de policiais e bombeiros no país. Agnelo ressaltou que, no DF, embora no momento não seja possível conceder reajustes salariais, o governo local tomou medidas para valorizar o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar.

Agnelo explicou como será feita a promoção de 2.580 PMs — processo suspenso desde dezembro pelo Tribunal de Contas do DF — e afirmou ainda não acreditar que os militares cruzem os braços. "Nossa polícia não vai cair em aventura estimulada por alguns provocadores, como ocorreu no Rio de Janeiro e na Bahia", frisou. Entre as melhorias citadas pelo governador, estão a aquisição de equipamentos novos e o pagamento de dívidas de gestões anteriores. Só de benefícios em atraso, segundo Agnelo, foram liberados R$ 20 milhões. Os débitos diziam respeito a auxílios-natalidade e funeral para ex-militares, militares ativos, inativos e pensionistas.

A onda de paralisações, que teve seu estopim em Salvador, continua na pauta da Presidência da República. Os líderes partidários da Câmara pediram ao presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), que procure os governadores dos estados e, juntos, tentem encontrar uma alternativa à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um piso salarial para policiais militares e bombeiros em todo o país, a PEC 300. "Ficou claro que as greves não se restringem à votação de uma PEC ou ao direito de greve", afirmou a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tentando afastar a pressão feita pelos militares para que a medida seja votada no Congresso.

Ainda ontem, um grupo de parlamentares recebeu na Câmara esposas de policiais militares e bombeiros presos durante a greve no Rio. Após o encontro, o deputado federal Dr. Carlos Alberto (PMN-RJ) afirmou que o governo estadual também irá receber as esposas dos militares presos. Elas pedem, entre outras coisas, tratamento digno para seus maridos, que tiveram a cabeça raspada e ficaram proibidos de receber visitas.