Carla Araújo

Tânia Monteiro / BRASÍLIA

A pedido do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), o presidente Michel Temer recebeu ontem no Palácio do Planalto representantes da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Cinco dias após aumentar impostos para tentar ajustar as contas públicas, Temer garantiu que o governo federal vai ajudar o grupo a realizar o carnaval de 2018, conforme o peemedebista.

Pedro Paulo é um dos deputados indecisos, segundo o placar do Estado, em relação à aceitação da denúncia contra Temer por corrupção passiva. O presidente tem dado atenção ao PMDB fluminense para mudar votos no plenário.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), cortou R$ 6,5 milhões do orçamento municipal destinados às agremiações para o próximo ano. Bispo da Igreja Universal, Crivella alegou que precisa dos recursos para investir em creches.

Pedro Paulo disse que Temer garantiu que as escolas terão os R$ 13 milhões necessários para a realização do desfile por meio de “patrocínio ou via apoio direto do Orçamento do governo federal”. “Pedimos intervenção do governo no carnaval. O presidente garantiu esses recursos, disse que o carnaval não terá falta de verba”, afirmou o deputado.

Logo após a reunião com os diretores da Liesa, durante a cerimônia de posse do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, Temer citou um encontro que o novo auxiliar teria mais tarde com os representantes das escolas de samba e fez um apelo: “Ajude-os”.

Oficialmente, no entanto, o Palácio do Planalto informou que o presidente disse que faria “o possível” pelo carnaval carioca, mas “não mencionou valores”. Temer determinou que Sá Leitão e o ministro do Turismo, Marx Beltrão, façam “a engenharia necessária” para viabilizar o evento.

Em entrevista, após tomar posse, o ministro da Cultura disse que ainda vai analisar “com cuidado a situação para ver de que maneira vai poder ajudar as escolas de samba”. “O presidente Temer foi muito sensível a esse pleito”, afirmou Sá Leitão, destacando que investir no carnaval é algo que gera retorno para a sociedade. “Reconheço a situação fiscal difícil do País. Vamos fazer o possível e o que estiver ao nosso alcance”, afirmou.