-BRASÍLIA- A empreiteira Queiroz Galvão, uma das acusadas de desviar dinheiro de contratos da Petrobras para o pagamento de propina, nega que tenha fechado acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
Na edição de ontem, O GLOBO publicou que a delação de executivos da empresa foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na sexta-feira, o último dia útil dele no cargo.
“A Queiroz Galvão informa que não fechou acordo de delação premiada”, comunicou a assessoria de imprensa da empreiteira. Fontes do STF, no entanto, informaram que depoimentos de executivos da empresa chegaram à Corte.
Também na sexta-feira, chegaram ao STF as delações de executivos da OAS, outra empreiteira investigada na Lava-Jato, e do marqueteiro Renato Pereira, que atuou na campanha de 2014 do governador Luiz Fernando Pezão. As novas delações são extensas e têm depoimentos em vídeo e também documentos apresentados pelos delatores. O mais provável é que tenham sido mencionadas nas delações autoridades com direito ao foro privilegiado no STF — como parlamentares ou ministros.
SEGREDO DE JUSTIÇA
Os casos estão protegidos por segredo de Justiça e não há previsão de quando o teor virá à tona. O mais provável é que o sigilo seja mantido até a apresentação de denúncia por parte da Procuradoria Geral da República (PGR), o que pode levar até um ano. O relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, recebeu o material, mas ainda não analisou tudo. A expectativa é que a Corte termine de catalogar tudo na próxima semana. Caberá a Fachin homologar ou não as delações.