BNDES terá R$ 10 bi extras para capital de giro

Francisco Góes

25/08/2017

 

 

Os R$ 20 bilhões anunciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apoiar empresas com capital de giro consideram recursos que já estavam disponíveis nessa linha de crédito e dinheiro adicional que será aportado nos próximos 12 meses. Ainda existem cerca de R$ 10 bilhões para serem desembolsados, entre operações diretas e indiretas, no antigo BNDES Progeren, que passa a se chamar BNDES Giro. Outros R$ 10 bilhões devem adicionados ao programa de capital de giro. "Esperamos no prazo de 12 meses, de agosto deste ano a julho do ano que vem, desembolsar R$ 20 bilhões [para capital de giro]. Mas o número considera o que eu não desembolsei [até agora] e o que será preciso complementar [para chegar, no mínimo, a R$ 20 bilhões]", disse Ricardo Ramos, diretor das áreas de comércio exterior e operações indiretas do BNDES. Ele afirmou que há R$ 6,1 bilhões para capital de giro via operações indiretas e R$ 3,8 bilhões a desembolsar em operações diretas, feitas pelo BNDES com os clientes.

Em janeiro deste ano, o BNDES anunciou que iria ofertar R$ 13 bilhões no Progeren até o fim de 2017, dos quais R$ 5 bilhões de forma direta, o que nunca tinha ocorrido, e R$ 8 bilhões via agentes financeiros. Ainda há quase R$ 10 bilhões do antigo Progeren a serem desembolsados, disse Ramos. Segundo ele, foi feito um trabalho com o governo para incrementar o capital de giro. Foi nessa discussão que se decidiu por reduzir o "spread" cobrado pelo BNDES para capital de giro, que cai de 2,1% (spread básico mais spread de risco) para 1,5%. O foco principal dessa medida são as empresas que faturam até R$ 90 milhões por ano.

 

 

Valor econômico, v. 17, n. 4327, 25/08/2017. Brasil, p. A4.