Déficit recua para R$ 17,05 bi em julho, dizem analistas

Ana Conceição

29/08/2017

 

 

O governo central (Tesouro, Previdência e BC), deve registrar em julho déficit primário de R$ 17,05 bilhões, segundo a média de 15 instituições financeiras e consultorias consultadas pelo Valor Data. O valor é pouco menor que o de junho (R$ 19,798 bilhões), e também que o de julho de 2016 (R$ 19,2 bilhões). Em 12 meses, o déficit deve chegar a R$ 180,63 bilhões. A meta para o ano, revista na semana retrasada pelo governo, é de R$ 159 bilhões. O Tesouro divulga o resultado oficial hoje. Para o resultado do setor público consolidado, que o BC divulga amanhã, a média das estimativas de 16 analistas é de déficit de R$ 17,11 bilhões em julho e de R$ 171,75 bilhões em 12 meses. Há pequenos sinais de melhora de arrecadação, o que deve contribuir para um resultado primário menos negativo em julho, afirma Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados. "Temos visto uma volatilidade grande mês a mês na arrecadação, o que está em linha com a atividade. Há sinais modestos", diz. O resultado de julho também pode trazer alguma receita das outorgas dos aeroportos concedidos este ano - Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. Nas despesas, além do tradicional crescimento dos gastos com Previdência e pessoal, as contas devem ser afetadas pelo pagamento de subsídios, feito em janeiro e julho. "Os subsídios devem pesar no mês", afirma Castelli. Em julho do ano passado, a conta foi de R$ 9,3 bilhões. A GO prevê déficit de 18,3 bilhões para o governo central em julho, com resultado negativo de R$ 180,2 bilhões em 12 meses. Para o setor público consolidado, a consultoria estima déficit de R$ 11,9 bilhões em julho e de R$ 165,9 bilhões em 12 meses. O Banco Fator estima déficit de R$ 17,93 bilhões para o governo central em julho, com resultado acumulado em 12 meses de R$ 179,6 bilhões. Para a instituição, o desempenho da arrecadação no mês - a menor para o período desde 2010 - mantém a perspectiva de dificuldade para cumprir a meta fiscal do ano. A Tendências Consultoria, que estima déficit de R$ 18,3 bilhões, diz que a ligeira melhora do resultado primário em relação a julho do ano passado é reflexo do aumento real da receita líquida, de 4% no período, ante um incremento menor da despesa também em termos reais, de 2%. No acumulado do ano, contudo, a receita tem queda de 1,7% e a despesa, alta de 0,7%.

 

 

Valor econômico, v. 17, n. 4329, 29/08/2017. Brasil, p. A2.