15/09/2017
“Os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos (lesões à ordem econômica, à administração da Justiça e à administração pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira), sendo dificilmente quantificados”, escreve Janot. A arrecadação de propina se deu em diversos órgãos e entes, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados.
A investigação rastreou recursos em moeda estrangeira. Dos R$ 587 milhões calculados como a propina cobrada e recebida pelo quadrilhão do PMDB, havia US$ 62 milhões, aponta a denúncia. Só as empresas do grupo J&F, financiadas com FI-FGTS, pagaram propina de 3% ao grupo político, conforme a denúncia. Deste percentual, Geddel tinha uma fatia de 65%, e o dinheiro foi entregue pelo doleiro Lúcio Funaro no hangar da Aero Star em Salvador, segundo Janot.
O núcleo político do “PMDB na Câmara”, destaca Janot, não se abalou com “os desdobramentos das investigações criminais envolvendo os seus membros”. “Isso não teve influência nos negócios escusos mantidos pela organização, apenas novos articuladores foram escalados para o papel daqueles que foram afastados de suas funções”, relata Janot.
A denúncia diz que os colaboradores mais assíduos de Temer, principalmente após ele ter se tornado presidente, foram Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima.