Para Temer, crimes no Rio diminuíram

31/07/2017

 

 

O presidente da República, Michel Temer, afirmou ontem que a operação de reforço da segurança pública no Rio de Janeiro, com a utilização de um efetivo das Forças Armadas para agir de maneira pontual em conjunto com a Força Nacional de Segurança, já reduziu os índices de criminalidade na região. As tropas começaram a atuar na região metropolitana do Rio na última sexta-feira, 28.

“Acabei de receber um relato muito pormenorizado do que está sendo feito. E a primeira conclusão que se tem é que já diminuíram, nesses dois ou três dias, enormemente os índices de criminalidade, especialmente o roubo de cargas”, disse Temer, em rápida declaração a jornalistas.

O presidente Temer esteve no Rio na tarde de ontem, acompanhado dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Justiça, Torquato Jardim, da Defesa, Raul Jugmann, e do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Ele participou de uma reunião no centro de controle da Operação Rio Quer Segurança e Paz, no Comando Militar do Leste, na região central da capital.

A operação mobiliza 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado do Rio até o fim de 2017, mas Temer defendeu que nada impede que seja prorrogada até o fim de 2018, quiçá por anos subsequentes. “Esta é uma primeira fase que será sequenciada por várias fases”, declarou. “Estamos planejando isso há bastante tempo”, completou.

Segundo o presidente, a violência no Rio preocupa não apenas aos cariocas, mas a todos os brasileiros, em especial ao governo federal. Temer contou que, nos últimos cinco ou seis meses, foram realizadas seguidas reuniões do governo em Brasília para tratar do tema segurança pública e da integração dos setores de inteligência das Forças Armadas e das Polícia Federal, Civil e Militar.

Temer afirmou ainda que a operação mira o combate ao tráfico de armas, ao tráfico de drogas e a organizações criminosas. Integravam a comitiva do presidente o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), o prefeito Marcelo Crivella (PRB-RJ), o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, e o General Walter Souza Braga Netto, que está à frente do Comando Militar do Leste (CML).

Após a reunião, o peemedebista seguiu na companhia dos ministros para um sobrevoo por áreas cobertas pela operação militar. A comitiva foi dividida em dois helicópteros para sobrevoar a região metropolitana, passando pela orla do Rio e comunidades afetadas pela violência.

O discurso em relação à decisão sobre o envio das Forças Armadas para combater a criminalidade no Rio é diferente se o interlocutor é da área-fim ou alguém que transita no meio político. Para os militares que atuam no governo, a medida não foi uma  novidade, já que o próprio governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, já tinha feito pelo menos duas reuniões com o governo federal solicitando o reforço do aparato de segurança no estado. Mas, nas últimas semanas, quem intensificou o tema foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Não posso dizer se isso pesou, porque não tenho acesso a esse debate político”, declarou um integrante da área de segurança.

 

 

Correio braziliense, n. 19788, 31/07/2017. Brasil, p. 5.