Novo pedido contra Aécio

01/08/2017

 

 

Em um recurso apresentado no Supremo Tribunal Federal ontem, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, pela terceira vez, a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), no curso da investigação aberta contra o tucano a partir das delações do Grupo J&F, que controla a JBS.

“O recolhimento provisório de Aécio Neves à prisão é medida imprescindível e urgente não apenas para preservar a ordem pública e a instrução criminal das investigações em curso, mas também por descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares”, afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no agravo regimental.

Aécio Neves foi denunciado pela PGR, em 5 de junho, pelos crimes de corrupção passiva e de obstrução à investigação de organização criminosa. O tucano foi suspenso das atividades parlamentares em maio pelo ministro Edson Fachin, que negou na oportunidade a prisão do senador. No fim de junho, o ministro Marco Aurélio Mello, que assumiu a relatoria do caso, também negou pedido de prisão e decidiu, por outro lado, suspender a restrição que havia sido imposta e devolver Aécio ao Senado. A PGR recorre agora dessa decisão. O novo pedido já se encontra no gabinete do ministro Marco Aurélio Mello.

Em nota, o advogado do senador Aécio Neves, Alberto Zacharias Toron, afirmou que “ainda não teve acesso à manifestação do PGR, mas segue tranquilo quanto à manutenção da decisão do ministro Marco Aurélio que, ao revogar as cautelares impostas contra o senador, promoveu precisa aplicação das regras constitucionais”.

“A renovação de pedido de prisão contra o Senador Aécio representa clara e reprovável tentativa de burla ao texto expresso da Constituição Federal, como já afirmou o Ministro Marco Aurélio”, complementou o advogado.

 

 

Correio braziliense, n. 19789, 01/08/2017. Política, p. 4.