Correio braziliense, n. 19836, 13/09/2017. Política, p. 5.

 

Suspensa análise de denúncia contra PP

Guilherme Mendes

13/09/2017

 

 

A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisou ontem o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para tornar réus na Lava-Jato quatro membros da cúpula do Partido Progressista (PP). Mesmo com o pedido de vista feito pelo ministro Gilmar Mendes, já há maioria para levar ao menos dois acusados ao pleno do tribunal por corrupção passiva: os ex-deputados João Pizzolatti Jr. (SC) e Mário Silva Negromonte (BA).

No voto do relator Edson Fachin, são acusados também os deputados Luiz Fernando Faria (MG) e José Otávio Germano (RS). O ministro ainda rejeitou denúncias contra os deputados Mario Negromonte Jr. e Roberto Britto, ambos do PP baiano, e Arthur Lira, de Alagoas.

A denúncia foi apresentada no ano passado, após a delação premiada de Alberto Youssef revelar o esquema envolvendo a Petrobras e o PP. A acusação é que os parlamentares da legenda recebiam propinas de empresas contratadas pela estatal para manter no cargo o então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. O total desviado entre 2006 e 2014 teria sido de R$ 358 milhões. De acordo com o voto de Fachin, houve a participação de empresas e empreiteiras, que auxiliaram no esquema via doações legais de campanha. O voto do relator foi acompanhado por Ricardo Lewandowski e, parcialmente, por Dias Toffoli. Não há data para a retomada do julgamento, quando serão proferidos os votos de Gilmar Mendes e Celso de Mello.