Correio braziliense, n. 19837, 14/09/2017. Política, p. 3.

 

Pedida pena maior para Dirceu

14/09/2017

 

 

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Victor Laus, pediu vista e interrompeu o julgamento de apelação do ex-ministro José Dirceu contra a pena de 20 anos e 10 meses de prisão imposta pelo juiz federal Sérgio Moro em primeira instância. O relator do processo, João Pedro Gebran Neto, votou pelo aumento da pena do petista para 41 anos e quatro meses. O revisor, Leandro Paulsen, pediu para que a pena seja aumentada para 27 anos e quatro meses.

No mesmo processo, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado por Moro a nove anos de prisão e recorreu da sentença. O relator solicitou que a pena dele seja aumentada para 40 anos. Já o revisor pediu para que petista seja absolvido.

Dirceu apela contra sentença imposta por Moro pelo suposto recebimento de propinas da Engevix. O dinheiro teria sido repassado pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e pelo ex-gerente da estatal Pedro Barusco.

No entendimento de Moro, o petista cometeu cinco vezes o crime de corrupção passiva. O Ministério Público Federal também apelou da sentença. Os procuradores querem pena maior para o ex-ministro.

 

Outros implicados

Ontem, o relator pediu penas de 33 anos e quatro meses para o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque; 41 anos e 15 dias para o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada; 39 anos para o lobista Fernando Moura; 10 anos e oito meses para o ex-sócio de Dirceu, Julio Cesar dos Santos; quatro anos e um mês para o ex-assessor do ex-ministro, Roberto Marques; e de 10 anos e seis meses para Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de Dirceu.

Já Leandro Paulsen pediu pena de 29 anos e oito meses para Almada; 21 anos e quatro meses para Duque; 12 anos e seis meses para Moura; e seguiu o voto de Gebran em relação aos outros.