Correio braziliense, n. 19837, 14/09/2017. Política, p. 5.

 

PMDB afasta Geddel

Natália Lambert

14/09/2017

 

 

A executiva nacional do PMDB afastou por 60 dias o ex-ministro Geddel Vieira Lima, tanto da executiva estadual na Bahia quanto da nacional. Vieira Lima está preso na Papuda após a Polícia Federal encontrar mais de R$ 51 milhões em espécie num apartamento ligado a ele. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) também foi afastada da legenda até que seja votado o relatório do conselho de ética que pede a expulsão dela.

Na saída da reunião da executiva, o senador Romero Jucá (RR), líder do governo na Casa, atacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem chamou de “líder de uma facção”. A declaração ocorreu horas depois de o Supremo Tribunal Federal rejeitar, por unanimidade, o pedido da defesa do presidente Michel Temer para que o PGR fosse impedido de continuar à frente das investigações. Sobre a possibilidade de o PGR apresentar uma nova denúncia contra Michel Temer, Jucá acredita que a peça será encarada com mais desconfiança do que a primeira, tendo em vista as suspeitas que levaram a Procuradoria a suspender os acordos de colaboração de Joesley Batista e Ricardo Saud. Procurada, a PGR afirmou que não se manifestará sobre o comentário. Questionado sobre o bate-boca envolvendo o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Jucá disse que é um fato que “envolve o presidente da República e a Câmara”.

Mais cedo, pela manhã, Ramalho xingou Imbassahy de “m...”, durante solenidade de assinatura da venda da folha de pagamento da Câmara. Segundo Imbassahy, o ministro age como se tivesse um “rei na barriga”. Ramalho teria se irritado por, supostamente, ter sido ignorado pelo peemedebista no Palácio do Planalto.