KARLA GAMBA
Às vésperas da campanha eleitoral, a Juventude do PMDB se prepara para pedir que o ex-deputado Eduardo Cunha e o exgovernador do Rio Sérgio Cabral sejam expulsos do partido. O pedido se baseia no fato de que ambos já foram condenados pela Justiça. Cunha e Cabral estão presos há mais de um ano, respondem a vários processos e suas sentenças estão entre as mais elevadas de toda Operação Lava-Jato.
Segundo Assis Filho, Secretário Nacional de Juventude do governo Temer e presidente da Ala Jovem do partido, existem dois pedidos de diretórios estaduais que serão analisados na próxima reunião da Executiva Nacional da Juventude. O encontro deve acontecer até março.
— Pessoalmente eu concordo com o pedido e poderia fazer de forma isolada, mas não quero que minha opinião prevaleça. Quero fazer com o aval da Executiva Nacional da Juventude. Se a Executiva concordar, nós vamos oficializar ao presidente do partido o pedido de expulsão. Eu acredito que a Executiva vai aprovar — afirmou Assis Filho.
O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, se esquivou de comentar os novos pedidos:
— Isso é uma questão para o Conselho de Ética e para a Executiva do partido. Acho que é um direito da juventude pedir e um dever do partido se manifestar — embora ele mesmo não tenha opinado sobre o tema.
Para Assis Filho, figuras políticas que já foram condenadas devem sair do partido. Denunciados, no entanto, “não podem ser condenados por antecedência".
A expulsão do ex-ministro Geddel Vieira Lima também pode ser analisada na próxima reunião da Juventude do partido. Por se posicionar contra o governo Temer, o PMDB expulsou, em novembro, a senadora Katia Abreu, de Tocantins.