O globo, n.30759 , 24/10/2017. ECONOMIA, p.19

Moody’s: reforma da Previdência ampla é ‘improvável’

 

 

Agência vê apoio menor mesmo com rejeição da denúncia contra Temer

 

A agência de rating Moody’s classificou ontem de improvável a aprovação de um “reforma substancial” da Previdência no Brasil, diante do tempo limitado e da diminuição do apoio no Congresso à proposta.

“Alguns participantes do mercado esperam que a rejeição das denúncias de corrupção e o forte apoio de Temer no Congresso vão restabelecer o fôlego de buscar uma reforma da Previdência, mas o tempo está acabando para a proposta atual, e o apoio a ela está se reduzindo, tornando improváveis reformas substanciais, o que é negativo para o (perfil de crédito) soberano (do Brasil)”, disse a Moody’s, em nota distribuída por e-mail.

 

PERSPECTIVA DE CRÉDITO

A agência ressaltou que a reforma da Previdência é “crítica para a perspectiva de crédito” do país, uma vez que, sem ela, “praticamente não haveria espaço para o governo manter o gasto atual em áreas como saúde e educação, muito menos despesas discricionárias como investimento, que já é mínimo”.

“A proposta inicial de reforma do governo, submetida em janeiro, incorporava uma economia fiscal anual equivalente a 2% do PIB por um período de dez anos. Entretanto, debates entre parlamentares resultaram na apresentação, em maio, de uma proposta modificada que projetava economia equivalente a 1,2% do PIB no período de dez anos. É essa a proposta sobre a qual o Congresso voltará as discussões. Contudo, esse debate acontece cinco meses após as primeiras denúncias de corrupção contra Temer, e a proposta ainda precisará ser reduzida para que possa passar”, acrescentou a agência.