Título: Sigilo é investigado
Autor: Nunes, Vicente ; Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 29/02/2012, Economia, p. 12

Por ordem do Ministério da Fazenda, o Banco do Brasil abrirá uma sindicância para apurar a quebra do sigilo bancário de Allan Toledo Simões, demitido no fim do ano passado da vice-presidência Internacional da instituição. Conforme informou ontem o Correio, os extratos bancários do ex-executivo passaram a circular livremente na Esplanada dos Ministérios. Eles revelam que, entre fevereiro e junho do ano passado, foram feitos cinco depósitos de R$ 200 mil cada na conta dele, totalizando R$ 1 milhão, movimento que está sendo investigado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por suspeita de lavagem de dinheiro.

O governo teme que o caso acabe se transformando em um escândalo igual ao de Francenildo Pereira, o caseiro que teve as contas devassadas na Caixa Econômica Federal por ordem do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "O vazamento dos extratos de Simões é inaceitável", disse José Roberto Batochio, advogado do ex-vice-presidente. Ele sustenta que seu cliente não cometeu nenhum crime. "Toda a movimentação financeira dele pode ser comprovada por meio de documentos, a maior parte deles registrada em cartório", afirmou.

Simões, de acordo com Batochio, vendeu, como representante legal, um imóvel pertencente à aposentada Liu Mara Zerey para o empresário Wanderley Mantovani, sócio do dono do frigorífico Marfrig, Marcos Molina, em uma usina de biodiesel, a Biocamp. A Marfrig tem vários empréstimos concedidos pelo BB. (VN e VC)