Correio braziliense, n. 19914, 30/11/2017. Cidades, p. 22

 

Reguffe recebe convite para concorrer à Presidência da República

Ana Maria Campos

30/11/2017

 

 

O senador José Antônio Reguffe (Sem partido-DF) recebeu o convite para se filiar ao Livres, antigo PSL (Partido Social Liberal), e concorrer à Presidência da República no próximo ano. O parlamentar brasiliense esteve com o presidente nacional da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PE), e com membros da executiva nacional que tentam atraí-lo para a sucessão nacional. A ideia é apresentar um candidato identificado com o discurso da responsabilidade fiscal e de uma nova forma de fazer política. Reguffe disse não. Ele garante que vai cumprir até o fim o mandato que termina em fevereiro de 2023, sob o fundamento de respeito ao compromisso assumido com o eleitor. Mas a cúpula do Livres não pretende desistir. Vai insistir.

Isenção de impostos de medicamentos volta a debate

Na tentativa de reaproximação com Reguffe, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) incumbiu o secretário de Fazenda, Wilson de Paula, de discutir com o senador do DF a proposta de isenção de impostos para medicamentos no DF. A ideia apresentada por Reguffe é de criar um programa aos moldes do Nota Legal, mas com devolução integral do ICMS incidente sobre os remédios a cada quatro meses. “Fiz vários pronunciamentos com críticas ao governo do DF, mas sou uma pessoa justa. Se tiver algo positivo, saberei reconhecer”, explica. “Enquanto outros pedem cargos, defendo um projeto que é para a população”, acrescenta.

Sem compromisso

A criação do programa de devolução de impostos de medicamentos foi um compromisso de Rollemberg com Reguffe na campanha de 2014, mas nunca foi colocado em prática sob o argumento de que o caixa do GDF não tinha condições de abrir mão dessa receita. Agora, na véspera da próxima eleição, o assunto volta a discussão. Reguffe afirma que, de sua parte, nada tem a ver com 2018.

Rolex como garantia

A investigação da Corregedoria da Polícia Civil do DF sobre suposta prática de extorsão que envolve um agente lotado na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) e um policial militar reformado indica que eles acessaram mandados de prisão expedidos pela Justiça e procuraram um alvo para exigir dinheiro. Preso ontem, o agente Marcelo da Costa Souza e o  PM Jorge Alves dos Santos, que já cumpria prisão preventiva, exigiram R$ 30 mil de um suspeito de prática de estelionato contra quem a Justiça havia expedido três mandados de prisão. Segundo a investigação, a vítima de extorsão negociou e acabou pagando R$ 6 mil, que obteve com um agiota. Ele ainda deixou um Rolex como garantia de que pagaria todo o montante exigido pelos policiais. O caso, que está sob apuração na Operação Joio, é acompanhado pelos promotores de Justiça do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP).

Siga o dinheiro

R$ 1.128.827,80

É o valor de dois contratos da Defensoria Pública do DF para compra de 620 monitores de vídeo e 310 microcomputadores, segundo levantamento do gabinete do deputado Chico Vigilante (PT).

À QUEIMA-ROUPA

Deputado Ronaldo Fonseca (PROS/DF)

"Evangélico não pode ser visto como corrente política”

É verdade que o senhor desistiu de disputar as eleições?

Estou bem desanimado.

Por que essa falta de ânimo?

A política brasileira está muito esquisita. Não me considero político profissional. Estou no segundo mandato e não quero mais sair a deputado federal. Sempre defendi dois mandatos. A política não pode ser cabide de emprego. Se não tem ideal, não pode fazer política. Veja onde e em que se meteram os políticos tradicionais. Virou terra de ninguém. Não há estímulo para o cidadão de bem participar da política.

Mas o senhor não acha viável disputar um cargo majoritário, ao Senado ou ao governo?

Não se faz política sem dinheiro. Sempre fiz campanha barata e com a militância. Vou tirar dinheiro de onde para concorrer a uma majoritária? O meu desafio é muito maior. De zero a 10, a chance de eu não concorrer a nada é de 9.

Muito se fala que os pré-candidatos gostariam de ter um vice do segmento evangélico. O senhor toparia?

Nunca fui estimulado para ser vice. Gosto de ser protagonista. Não sou muito de aceitar uma posição de coadjuvante.

Mas os evangélicos terão um representante na disputa ao GDF?

Tenho uma posição diferenciada sobre esse assunto. Não vejo evangélicos como vaquinha de presépio. Minha campanha não é dentro de igreja. Evangélico não pode ser visto como corrente política. Evangélicos não procuram poder. Temos uma agenda mais conservadora, mas querem criar uma força evangélica eleitoral que não existe. Entendo que o evangélico não é massa de manobra, não está à venda.

Quem o senhor vai apoiar ao GDF?

Hoje só tem um candidato, o governador Rodrigo Rollemberg, que deverá concorrer à reeleição.

Mas há nomes na oposição, como Ibaneis Rocha, Alberto Fraga, Jofran Frejat, Izalci Lucas…

Esses são nomes que ainda estão sendo criados. Sou amigo de todos. (...)

E para presidente?

Nós temos candidatura? Temos uma hipótese de candidatura do Lula e do Bolsonaro.

Quem o senhor prefere?

Está difícil. Se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come.