Valor econômico, v. 17, n. 4344, 20/09/2017. Brasil, p. A2.

 

 

Reformas econômicas abrem o Brasil para o mundo, afirma Temer

Juliano Basile

20/09/2017

 

 

O presidente Michel Temer chamou a atenção, durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, para as reformas econômicas em curso no Brasil, dizendo que elas devem abrir o país para o mundo.

"Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia. Voltamos a gerar empregos. Recobramos a capacidade do Estado de levar adiante políticas sociais indispensáveis em um país como o nosso", disse.

Na visão de Temer as reformas vão tornar o Brasil "um país mais aberto ao mundo". "É essa atitude de abertura que trazemos à ONU e que levamos ao Mercosul, ao G-20, ao Brics, ao IBAS e a todos os foros de que participamos. É essa atitude de abertura que adotamos com cada um de nossos parceiros - na nossa região e além dela", declarou.

Como exemplo de abertura o presidente mencionou as negociações entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. "Juntos, os países dos dois agrupamentos formam um mercado de quase 470 milhões de pessoas e respondem por mais de 90% do PIB da América Latina."

Temer atacou o protecionismo, defendeu o livre comércio e o acordo climático de Paris. "Recusamos os nacionalismos exacerbados", disse o presidente. "Não acreditamos no protecionismo como saída para as dificuldades econômicas - dificuldades que demandam respostas efetivas para as causas profundas da exclusão social."

O discurso foi proferido no momento em que a indústria americana de etanol está acusando o Brasil de prejudicar o livre comércio por causa da imposição de uma tarifa de 20% pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) sobre excedentes do produto vendidos para o Brasil. Mas não houve menção ao fato. Temer apenas fez um ataque genérico ao protecionismo.

O presidente também não mencionou nomes dos países que estariam utilizando dessa prática. O discurso de Temer foi proferido antes da estreia na Assembleia Geral da ONU do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foi eleito sob uma plataforma nacionalista que prevê a "América em primeiro lugar".

"A busca do desenvolvimento, em todas as suas dimensões, deve nortear nossa ação coletiva", continuou Temer, no momento do discurso em que passou a falar de questões climáticas. "O compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é de primeira hora. Permeia nossas políticas públicas e nossa atuação externa."

O presidente disse que o Brasil seguirá empenhado com a defesa do Acordo de Paris. "No ano passado, aqui mesmo em Nova York, depositei o instrumento de ratificação do Acordo pelo Brasil. Essa é matéria que não comporta adiamentos. Há que agir já."

Temer afirmou que o Brasil estaria na vanguarda em direção a uma economia de baixo carbono. "A energia limpa e renovável no Brasil representa mais de 40% da nossa matriz energética: três vezes a média mundial. Somos líderes em energia hídrica e em bioenergia. O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta."

O presidente disse estar preocupado com o desmatamento na Amazônia.