Título: PIB dos EUA decepciona
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Fonte: Correio Braziliense, 28/01/2012, Economia, p. 17

Economia norte-americana cresce menos do que o esperado, levando desconfiança ao mercado financeiro

O anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu menos do que o esperado no último trimestre do ano decepcionou os mercados ontem. Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, a expansão do PIB no período foi de 2,8% pela taxa anualizada, representando uma forte aceleração em relação ao ritmo de 1,8% registrado nos três meses anteriores e a maior taxa desde o segundo trimestre de 2010. A média dos analistas, no entanto, esperava uma expansão ainda maior, de pelo menos 3%.

Em 2011, a economia norte-americana cresceu 1,7%, após avanço de 3% no ano anterior. O secretário do Tesouro do país, Timothy Geithner, disse que a economia norte-americana está crescendo a uma taxa de 2% a 3%, mas ainda enfrenta grandes desafios.

"Eu acho que, se olharmos para a previsão do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e o consenso dos analistas privados, as pessoas estão bem agrupadas nessa área, mas isso ainda depende do desempenho mundial. Ainda estamos consertando os danos causados pela crise financeira", disse Geithner ao Fórum Econômico Mundial, em Davos. "Além disso, enfrentamos um mundo mais desafiador. Temos muitos desafios à frente nos Estados Unidos", acrescentou.

O crescimento do quarto trimestre ganhou o impulso temporário da reconstrução de estoques pelas empresas, que foi a maior desde 2010. No trimestre anterior, havia ocorrido o primeiro declínio desde finais de 2009. Eles cresceram US$ 56 bilhões, adicionando 1,94 ponto percentual à alta do PIB. Excluindo os estoques, a economia cresceu à morna taxa de 0,8%, marcando forte desaceleração. O gasto fraco em bens de capital também sugere lentidão no começo de 2012.

Estabilidade Após intensa volatilidade, o Ibovespa fechou quase estável, em 62.904 pontos, que representam suave queda de 0,08%, após chegar a superar os 63 mil pontos ao longo do dia. O vaivém também se fez presente no mercado de câmbio e o dólar voltou a cair frente ao real, na mínima em quase três meses, fechando cotado a R$ 1,739. Os juros futuros seguiram em baixa, ainda repercutindo a mensagem do BC na véspera sobre a possibilidade de a Selic (taxa de juros básica da economia) — hoje a 10,50% ao ano — cair a um dígito.