Título: Fitch rebaixa a Itália
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Fonte: Correio Braziliense, 28/01/2012, Economia, p. 18

Agência de avaliação de riscos reduz a classificação de cinco países da Zona do Euro

Nova York — A agência de classificação de risco Fitch reduziu ontem a nota da dívida soberana de cinco dos 17 países da Zona do Euro. Entre eles, estão a terceira e a quarta economias do bloco que compartilha a moeda comum, que foram rebaixadas em dois níveis: a Itália caiu para A- e a Espanha, para A. Também perdeu dois graus a Eslovênia, que ficou com A. Bélgica e Chipre caíram um degrau, ficando, respectivamente, com AA e BBB- (apenas um nível acima do grau especulativo).

Cada uma dessas classificações foi acompanhada de uma "perspectiva negativa". Isso significa que a Fitch, uma das três mais importantes agências do mundo, considera a possibilidade de rebaixá-las de novo nos próximos seis meses. Em comunicado para explicar a decisão, ela informou que esses países estão vulneráveis, a curto prazo, a choques monetários e financeiros.

"Essas dívidas soberanas, na visão da Fitch, não agregam os benefícios integrais do status do euro como moeda de reserva", afirmaram os técnicos da agência na nota. Em outras palavras, o comunicado soou aos ouvidos de analistas como se os cinco países não estivessem à altura de permanecer na união monetária. A nota da Irlanda foi mantida em BBB+.

Em outro ponto, o comunicado ressaltou que a avaliação contrabalançou a deterioração das projeções econômicas, as iniciativas políticas para lidar com desequilíbrios financeiros e fiscais e os empréstimos do Banco Central Europeu. Duas semanas atrás, a Standard & Poor"s reduziu as classificações de nove países da Zona do Euro, tirando da França e da Áustria o triplo A.

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse que reagiu ao rebaixamento do país com "serenidade". "Eles sinalizam aspectos que não são particularmente novos. Por exemplo, que a Itália tem uma dívida muito alta. E indicam que o modo pelo qual a Zona do Euro é governada como um todo não é perfeito, e nós sabemos disso", afirmou.

Grécia está perto de um acordo O comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia (UE), Olli Rehn, afirmou ontem, no Fórum Econômico Mundial, que um acordo entre o governo grego e seus credores privados para a redução da dívida será obtido nos próximos dias. "Estamos muito perto de um acordo. Se não hoje, possivelmente no fim de semana, não em fevereiro", disse. Também no encontro em Davos (Suíça), o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse que editar um novo pacote de resgate para a Grécia não é fácil por causa do descumprimento de metas no passado, mas que isso será feito nos próximos dias. "Não esperamos um calote da Grécia", disse. A UE e o Fundo Monetário Internacional pressionam o primeiro-ministro Lucas Papademos a adotar novas medidas de austeridade antes de decidirem por mais um aporte de recursos.