Título: EUA garantem portas abertas
Autor: Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 03/03/2012, Economia, p. 13

Autoridade dos Estados Unidos ameniza a suspensão de compras de aviões da Embraer O subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, garantiu ontem ao governo brasileiro que seu país ainda está interessado na compra dos 20 aviões militares da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), apesar da suspensão da empresa no processo de licitação esta semana. Em uma tentativa de evitar um mal-estar entre os dois países a pouco mais de um mês da visita que a presidente Dilma Rousseff fará a Washington, o subsecretário afirmou ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que "as portas não estão fechadas" para o Brasil no que diz respeito à negociação, estimada em US$ 355 milhões.

Burns desembarcou na quinta-feira no Rio de Janeiro e chegou ontem a Brasília para uma série de reuniões com o objetivo de tratar dos detalhes da visita de Dilma aos EUA, prevista para 9 de abril. Mas a compra dos 20 A-29 Super Tucanos, suspensa na terça-feira pela Força Aérea norte-americana, depois de já ser dada como certa, se sobressaiu nos compromissos do subsecretário. Dois dias após o anúncio nos EUA, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota breve na qual o governo brasileiro disse estar "surpreso" pela notícia, em especial pela forma e pelo momento em que se deu.

"(O governo brasileiro) considera que esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa", afirmou a nota. No mesmo dia, ainda no Rio, o vice de Hillary Clinton afirmou que os EUA continuavam interessados na parceria, sem dizer como o Brasil voltaria à negociação.

Em conversa com jornalistas ontem, o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, disse que Burns reiterou essa posição ao chanceler em uma conversa cujo clima ele definiu como "cordial e franco". Segundo Nunes, não foi feito qualquer pedido de explicações sobre o contrato ao subscretário, que destacou o "novo momento bilateral que vivem o Brasil e os Estados Unidos". Para o norte-americano, citado pelo embaixador, o "Brasil é efetivamente um parceiro estratégico" . Os 20 Super Tucanos seriam utilizados pela Força Aérea dos EUA como apoio às operações de segurança no Afeganistão e novas encomendas desta aeronave no futuro poderiam chegar a US$ 1 bilhão. Alegando problemas com a documentação, que nunca foram detalhados, o contrato foi suspenso, causando a forte reação em Brasília. Nessa semana, o próprio chefe da Força Aérea norte-americana, general Norton Schwartz, chegou a afirmar que o cancelamento era uma "vergonha" e que "alguém pagaria caro" caso o problema (de documentação) se tratasse de um erro grave.

O imbróglio ocorre ao mesmo tempo em que o Brasil mantém suspense sobre a compra de 36 jatos para a Força Aérea brasileira. A empresa norte-americana Boeing, com seu modelo F-18 Super Hornet, disputa com a francesa Dassault e seu Rafale e com a sueca Saab, e seu Gripen. A negociação é mantida desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente chegou a manifestar a preferência pelo modelo francês. O porta-voz do Itamaraty negou, porém, que houvesse qualquer ligação entre os dois casos, ainda que a nota emitida mencione as "relações entre os dois países em matéria de defesa".

Publicidade em celular na mira do Facebook O Facebook quer explorar a grande lealdade de seus usuários e o meio bilhão deles que têm celulares para abrir o mercado móvel a anunciantes de primeira linha. O problema é que existem motivos para o sucesso limitado que a publicidade em celulares obteve até o momento, e nenhum deles foi completamente resolvido. O Facebook anunciou, no início da semana, novos meios para que empresas anunciem a seus usuários, o que inclui, pela primeira vez, publicidade móvel. Os feeds de notícias de seus membros passariam a incluir publicidade, como parte dos esforços da companhia para estabelecer fontes regulares de receita, em sua preparação para uma oferta pública inicial de ações. A decisão pode ajudar a dar aos anunciantes acesso ao mercado de telefonia móvel, há muito visto como subutilizado, mas é improvável que resulte em abertura maior do mercado como um todo.