Valor econômico, v. 17, n. 4361, 13/10/2017. Política, p. A6.

 

 

PSDB busca candidato para enfrentar Pimentel

Marcos de Moura e Souza

13/10/2017

 

 

O PSDB de Minas Gerais busca um candidato para fazer frente à campanha de reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). O senador e ex-governador Antonio Anastasia, tucano considerado mais forte para missão, diz que está fora do páreo. Segundo ele, o partido considera abraçar candidatos de outras legendas.

"Não sou candidato a governador hoje, amanhã nem em 2018" disse Anastasia ao Valor. "Mas isso não significa que eu vou deixar de fazer política em Minas Gerais."

Ele reconhece que a um ano das eleições, o PSDB vive uma incógnita. "Temos uma dificuldade. Não há um candidato natural." Políticos e analistas mineiros ainda creem que, pressionado, Anastasia acabará se candidatando.

Ele, no entanto, cita três pré-candidatos que afirma que seriam opções que o PSDB poderia vir a apoiar: o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP); o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB); e o deputado federal, Rodrigo Pacheco (PMDB) - este último teria de migrar para um partido do grupo dos tucanos. Dinis Pinheiro é o mais integrado ao grupo tucano.

Como parte das articulações para 2018, Anastasia almoçou há alguns dias com o prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PHS). "Ele é uma liderança política importante no Estado", disse Anastasia. O prefeito tem sido cortejado também por Pimentel, como alguém que poderá influenciar eleitores na eleição estadual.

Minas foi governada pelo PSDB de 2004 a 2014. O senador Aécio Neves exerceu dois mandatos e Anastasia, um. Anastasia diz que ambos têm participado de conversas sobre 2018 em Minas. Alvo de investigações sobre corrupção, Aécio sofreu este ano um baque em sua imagem, mas tucanos o veem como candidato natural ao Senado.

Para o governo, Pimentel é o preferido segundo pesquisa recente do Instituto Paraná, com 24,4% a 31,1% das intenções de voto. Ele é alvo de três ações penais que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Corte ainda não decidiu se o torna réu. Caso isso ocorra, ele poderá também ser afastado do cargo - o que seria um dano para seus planos de reeleição.

Na mesma pesquisa de opinião, os cenários testados levaram em conta duas candidaturas a governador que não estão no tabuleiro político mineiro atualmente: a de Kalil (18,8%) e a de Aécio (13,1%). Lacerda, Dinis e Pacheco apareceram, cada um, com menos de 10%.