CATARINA ALENCASTRO
liados do presidente Michel Temer apostaram em dados econômicos e críticas ao Ministério Público Federal (MPF) para responder a parlamentares da oposição e desqualificar a segunda denúncia contra o peemedebista, no início das discussões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ontem.
Indicativo da confiança do Palácio do Planalto em um placar favorável no colegiado, integrantes da base de Temer evitaram o confronto direto com deputados da oposição, que se revezavam para citar trechos da denúncia. Ao contrário do tom beligerante da tramitação da primeira acusação contra Temer, o debate na CCJ, ontem, foi pouco acalorado.
Os defensores de Temer repetiram argumentos usados pelo presidente na carta enviada anteontem a 450 parlamentares. Eles listaram índices econômicos como argumento de que o Brasil caminha para uma maior estabilidade nessa área. Aliados que trataram da denúncia ecoaram o mote do parecer apresentado pelo relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), favorável a Temer: de que a política está sendo criminalizada pelo Ministério Público e Polícia Federal.
— A inflação, que era 11% e agora é 2%, os empresários de supermercado estão dizendo que aumentou o poder de compra. A comida está mais barata, a roupa está mais barata, morar está mais barato e isso deixa nervosa a oposição — disse Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Por outro lado, deputados da Rede, PSOL e PT argumentaram que a denúncia é repleta de provas contra o presidente. A oposição defendeu que Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) sejam investigados pelas acusações de organização criminosa e obstrução à Justiça.
— Temer participava da distribuição da propina arrecadada por todos ou quase todos os participantes da organização criminosa. As provas são muitas, não apenas delações. E Temer é o chefe dessa organização criminosa — disse Alexandre Molon (Rede-RJ)