Título: Dólar volta a cair
Autor: Cristino, Vânia; Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 14/03/2012, Economia, p. 11

Depois de dois dias seguidos de alta, respondendo às medidas de restrição à entrada de recursos estrangeiros no país, o dólar voltou a cair ontem, para decepção do governo. A moeda norte-americana até abriu o dia em alta, mas não resistiu ao forte fluxo de recursos para o país e aos sinais do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que as taxas de juros vão continuar em baixa. A divisa dos Estados Unidos foi negociada a R$ 1,800 para venda, com queda de 0,28%.

Segundo Mantega, com o dólar em baixa, a competitividade da indústria nacional tem sido cada vez menor. Ele ressaltou que o deficit do setor fechará este ano em US$ 94 bilhões. "A indústria vive um período particularmente difícil. Portanto, temos que nos valer das commodities (produtos básicos com cotação internacional), que são competitivas e vêm garantindo o superavit da balança comercial. Fomos bem no comércio exterior no ano passado por conta disso", afirmou.

BB e Previ nos eixos O ministro da Fazenda, Guido Mantega, jogou ontem água na fervura na briga entre a direção do Banco do Brasil e a Previ, o fundo de pensão dos funcionários da instituição, ao classificar de fofoca o bate-boca entre os executivos. " Não passa de tempestade em copo d"água", disse. Ele disse que já chamou a direção das duas empresas para uma conversa e não conseguiu detectar nada. "Não há disputa de cargo", garantiu.

Segundo o ministro, o BB é uma instituição de sucesso, que vem dando lucro e ampliando o crédito, assim como a Previ que, de tão bem administrada, não cobra contribuição de participantes e patrocinador há pelo menos três anos.

Quanto às denúncias de corrupção que motivaram a queda do presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, o ministro garantiu que estão em apuração e que o próprio Denucci, incomodado com o caso, já tinha pedido para sair.