O Estado de São Paulo, n. 45327, 23/11/2017. Política, p. A7.

 

MP Eleitoral investiga Skaf por Sistema S

Ricardo Galhardo

23/11/2017

 

 

Procuradoria apura se presidente da Fiesp, que pretende se candidatar ao governo em 2018, usou campanha da instituição para se promover

 

 

A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) instaurou investigação para apurar o possível uso da estrutura do Sistema S (Fiesp, Sesi e Senai) para promoção pessoal do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.

A investigação foi instaurada a pedido do procurador substituto eleitoral, Pedro Barbosa Pereira Neto, com base em denúncias feitas diretamente à PRESP, conforme informou a assessoria de imprensa. Skaf foi candidato ao governo de São Paulo em 2010 pelo PSB, e em 2014 pelo PMDB, partido ao qual é filiado até hoje. Ele é citado como pré-candidato nas eleições do ano que vem.

Em delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República (PGR), o publicitário Renato Pereira disse que a campanha “Chega de pagar o pato”, tinha como objetivo a promoção pessoal de Skaf, que nega a acusação. A peça mais conhecida da campanha foi um pato amarelo de borracha gigante montado em frente à sede da Fiesp, na Avenida Paulista, em 2015, durante as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Renato Pereira tinha contratos de R$ 50 milhões com o Sistema S. A delação do publicitário ainda não foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.

“O procedimento destina-se a apurar a eventual materialidade de ilícito eleitoral, considerando a exposição que o presidente da Fiesp, provável candidato ao governo de São Paulo nas próximas eleições, teria tido nos últimos meses, por meio da propaganda institucional do Sistema S”, diz a PRE-SP.

Em nota divulgada ontem pela assessoria da Fiesp, Skaf diz estar “tranquilo” e à disposição da PRE-SP. “Não existe qualquer conotação partidária associada a essa atividade. A eventual utilização de imagem de funcionários e dirigentes é uma opção das entidades, sempre aprovada expressamente pelos seus respectivos conselhos”.