Título: O tumulto e a pressa
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 19/03/2012, Política, p. 2/3

O tumulto na base da presidente Dilma não poderia vir em pior hora para Fernando Haddad (PT). Justamente no momento em que ele mais precisava aglutinar fatos positivos e apoios a sua pré-campanha, foi atropelado por Brasília. Agora, terá que correr atrás do prejuízo. Na cabeça dos petistas, martelam todos os dias as lembranças do passado, quando o PT tinha a máquina da prefeitura na mão. Naquela temporada, Marta Suplicy, candidata, se deu ao luxo de dispensar o PMDB. Acabou perdendo a eleição porque faltaram os votos peemedebistas. Fernando Haddad não pode se dar ao luxo de perder ninguém.

O petista é hoje quem tem mais pressa entre os interessados em concorrer à prefeitura de São Paulo. Está atrás nas pesquisas e é, dos pré-candidatos dos grandes partidos, o mais desconhecido do eleitorado. Tem ainda outra desvantagem sobre os demais: é o único que estará na TV apenas em agosto, quando começar o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Daí a correria em fechar alianças, atrair o PSB e ver se, até lá, consegue uma brecha para aparecer em outros programas. Os socialistas, vale lembrar, nunca fizeram verão em São Paulo e jamais foram tão assediados pelo PT. O mesmo vale para o PR. Ambos têm o que para Haddad vale ouro, diante do pouco tempo que terá para ficar conhecido: a TV. Afinal, sem um bom espaço na tela, a situação do petista, que já é difícil, tende a ficar pior. (DR)