O Estado de São Paulo, n. 45309, 05/11/2017. Economia, p.B7

 

 

 

 

Rússia aumenta controle sobre carne brasileira

Por: Leonencio Nossa / Letícia Fucuchima

 

Leonencio Nossa / BRASÍLIA

Letícia Fucuchima / SÃO PAULO

 

O Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Veterinária da Rússia anunciou ontem a suspensão temporária das importações de carne bovina do frigorífico Mataboi, citando substâncias fora do padrão sanitário do controle adotado pelo país. As autoridades russas impuseram ainda controle\s mais rígidos a outros cinco frigoríficos brasileiros.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ao Estado que a decisão da Rússia, um dos maiores compradores da carne brasileira, é um procedimento comum. “Esses procedimentos são atitudes quase corriqueiras no mercado”, afirmou. “Às vezes, há um lote que está fora do padrão, não está em conformidade. Eles fazem uma suspensão temporária para o produto voltar ao mercado.”

Maggi ressaltou que, por estar fora de Brasília, ainda não tinha detalhes da decisão. Ele descartou qualquer semelhança com os problemas ocorridos no setor em março, quando a União Europeia chegou a suspender as exportações de carne brasileira em meio à Carne Fraca, operação da Polícia Federal que investigou adulterações pelos maiores frigoríficos do País.

O ministro observou que, nos últimos meses, o governo conseguiu reverter a situação. As exportações foram normalizadas. Ele minimizou o problema verificado com os produtos do Mataboi. “Isso é um problema que deve ter surgido no embarque. Não vejo nada de extraordinário. Nós também adotamos essas medidas. São procedimentos normais. É preciso ver qual é o problema e resolver.”

Por meio da assessoria, o frigorífico Mataboi afirmou que ainda não tem detalhes da decisão do governo russo. A empresa ressaltou que vai verificar o que ocorreu para regularizar a situação. A medida atingiu a planta do frigorífico em Santa Fé, Goiás. A outra unidade da companhia, a de Araguari, em Minas Gerais, não sofreu restrições. No mês passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovou a compra do frigorífico Mataboi pela JBJ, empresa de José Batista Júnior, irmão mais velho de Joesley e Wesley Batista.