O globo, n. 30728, 23/09/2017. País, p. 5.
Câmara vai analisar denúncia em conjunto
Cristiane Jungblut/ Gabriela Valente/ Martha Beck
23/09/2017
Aliados do presidente acreditam que podem rejeitar a denúncia e aproveitar para livrar todos os acusados de uma só vez na Casa.
A decisão promete provocar debate na CCJ. O próprio presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDBMG), disse que ainda não recebeu o comunicado, mas que os aspectos dessa denúncia são diferentes da primeira porque envolvem mais de um crime imputado ao presidente Michel Temer e três acusados.
— Ainda não tive acesso aos ofícios encaminhados à Câmara. Assim que chegar, vou avaliar qual o desdobramento que pode haver e qual o limite da minha atuação nisso. Há realmente diferença neste caso porque há imputação de dois crimes numa mesma denúncia e há mais de uma pessoa para autorizar ou não o processamento. Tudo isso preciso avaliar — disse Pacheco.
Já o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), disse que o entendimento adotado pela da SecretariaGeral da Mesa tem “solidez”:
— A primeira impressão é que é possível haver a análise conjunta. A autorização da Câmara é focada na responsabilidade do presidente. Os ministros já podem ser investigados.
EMENDAS PARLAMENTARES
Com a autorização do Congresso para o governo fazer um rombo maior nas contas públicas, o governo liberará R$ 1,02 bilhão em emendas parlamentares. A verba foi anunciada após o envio à Câmara da denúncia.
A maior parte desse dinheiro será destinada às emendas individuais. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, argumentou que a equipe econômica não teria opção de não fazer a liberação, porque essas emendas são impositivas.