Título: PIB do G-20 desacelera
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Fonte: Correio Braziliense, 15/03/2012, Economia, p. 18
Desempenho das 20 maiores economias mundiais, entre elas o Brasil, recuou no quarto trimestre de 2011 e derrubou crescimento do grupo para 2,8%. Em 2010, o avanço foi de 5%
A desaceleração da taxa de crescimento do G-20, as 20 principais economias do mundo, no quarto trimestre de 2011, trouxe o crescimento do grupo, que inclui o Brasil, para 2,8% no ano passado, imprimindo uma forte queda em relação à expansão de 5% registrada em 2010. De acordo com levantamento divulgado ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o resultado apurado entre outubro e dezembro do ano passado, que mostrou avanço de apenas 0,7%, ante 0,9% do trimestre anterior, foi o pior desde o segundo trimestre de 2009, ano em que a crise financeira internacional produziu fortes estragos em todo o planeta.
De acordo com a OCDE, houve grandes divergências entre os países do grupo, com a economia dos Estados Unidos registrando crescimento de 0,7% no fim de 2011, comparado com uma alta de 0,5% no trimestre anterior. No entanto, nos últimos três meses do ano passado, os países que formam a Zona do Euro cresceram apenas 0,3%, como o Brasil — que fechou o ano com avanço de 2,7%. Mas, apesar da timidez dos números, aos olhos do organismo internacional, a maioria das economias importantes passaram a mostrar capacidade de reação na medida em que melhoraram as perspectivas de controle da crise da dívida nos países europeus. É a primeira vez que o PIB agregado do G-20 é divulgado.
Lucros A despeito da interpretação da OCDE de que as economias estão reagindo à letargia, os investidores permaneceram cautelosos. Depois de uma terça-feira surpreendente, com alta de 3,03%, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) voltou ao vermelho ontem, com ligeira queda, de 0,2%, aos 68.257 pontos. Na avaliação dos analistas, o resultado refletiu a realização dos lucros obtidos na véspera. Nos Estados Unidos, embora modesto, o resultado também foi positivo. A Bolsa de Nova York subiu 0,12%. "O dia começou positivo, mas teve o dado de deficit de conta-corrente maior que o esperado nos EUA", justificou o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.
Na Europa, mesmo com a liberação da primeira parcela do socorro à Grécia (leia mais na página 19), os investidores também mostraram prudência. Os principais pregões da região fecharam o dia em direções opostas. As bolsas de Londres e Lisboa perderam 0,18% e 0,74%, respectivamente. Mas houve ligeiro otimismo em Paris (+0,4%) e Milão (+0,31%) e uma certa euforia em Frankfurt (+1,19%). Madri fechou com alta de 0,17%. Afetaram o desempenho desses mercados a redução dos custos dos empréstimos da Itália e as previsões menos pessimistas do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) sobre a recuperação da economia dos EUA nos próximos meses.
Equilíbrio na China Com base em um superavit menor da balança comercial da China, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, declarou ontem que a cotação do iuan, a moeda chinesa, está "próxima do equilíbrio". Ele contrariou críticas de subvalorização da divisa feitas pelos principais parceiros comerciais do país asiático. Em relação ao dólar, "a taxa de câmbio efetiva do iuan valorizou-se 30% desde 2005", garantiu.